O Zoomarine vai devolver ao mar, na próxima quinta-feira, mais uma tartaruga, ao largo de Faro, a bordo do NRP Hidra, com partida às 9:00.
A data e o local escolhidos são profundamente simbólicos, visam integrar o vasto programa da Marinha Portuguesa para as tradicionais celebrações do Dia da Marinha e do Dia Europeu do Mar (20 de maio), que este ano se irão centrar na cidade de Faro, até 22 de maio. Esta ação contará com a presença a bordo do Almirante Gouveia e Melo, chefe de Estado-Maior da Armada e estará carregada de muitos cuidados e de fortes emoções.
A ilha Tortuga, no Caribe, é parte integrante do Haiti, e é uma das belas ilhas ao redor da Hispaniola. Embora muito pequena, a sua rica história é marcada por pirataria, escravatura, recorrentes conflitos entre nações ocupantes e, mais recentemente, por turismo. No entanto, deve o seu nome à forma que tem, quando vista de Hispaniola: assemelha-se a uma imensa tartaruga a flutuar nos mares quentes das caraíbas e por isso mesmo se tornou o nome do quelónio que, no passado dia 2 de março, deu entrada no Porto d’Abrigo, para reabilitação.
O Zoomarine explica que “aquando da sua chegada ao primeiro centro, em Portugal, dedicado à reabilitação de espécies marinhas, esta pequena tartaruga-comum (Caretta caretta) pesava apenas 3,7 quilogramas e tinha 28,1 centímetros de comprimento; era, tal como a ilha que lhe deu o nome, pequena em tamanho, mas um gigante no papel que desempenha para a conservação da sua espécie [Em Perigo]”.
Uma horas antes da sua chegada, a “Tortuga” havia sido recolhida ao largo de Albufeira, após ter sido encontrada presa (e parcialmente submersa) em redes de pesca. O armador, sabendo os riscos por ferimentos e por pneumonia por aspiração, procedeu ao seu resgate e transportou-a de imediato para terra, para observação e reabilitação pelos técnicos especializados do Zoomarine.
“Aquando do seu internamento, a Tortuga, além de pequena, revelou estar fortemente parasitada, anémica, e com consideráveis alterações electrolíticas”, revela o Zoomaine, acrescentando que “a sua reabilitação, no entanto, foi rápida – e, dois meses depois, este juvenil de sexo ainda indeterminado, está pronto para regressar ao meio selvagem, para mais uma oportunidade de vida independente”.