A situação do trabalho precário em Portugal é um tema de preocupação e discussão, com várias implicações para os trabalhadores e a sociedade em geral. No entanto, compreender o que realmente envolve o trabalho precário e como preveni-lo é fundamental.
O trabalho precário pode assumir diversas formas, desde contratos a prazo até contratos de prestação de serviços a recibos verdes, trabalhos temporários e subemprego, como nos conta o Ekonomista. Identificar o trabalho precário nem sempre é uma tarefa fácil, pois a precariedade não depende apenas do tipo de contrato.
A Associação de Combate à Precariedade define um trabalhador precário como alguém que está numa relação de trabalho na qual não consegue aceder a direitos como estabilidade, remuneração garantida, indemnização e acesso a cuidados de saúde.
Este cenário de trabalho precário, que se tornou cada vez mais predominante, afeta principalmente os trabalhadores jovens, que enfrentam salários mais baixos, contratos de trabalho precários e uma crescente incerteza profissional. No entanto, a população mais velha também não está imune ao desemprego, o que resulta em uma mistura de gerações enfrentando desafios no mercado de trabalho.
Os setores mais atingidos pela precariedade são geralmente os serviços, que incluem saúde, educação, transporte e finanças. Essas áreas foram particularmente afetadas pela flexibilização laboral, crises financeiras e desemprego crescente, o que teve um impacto negativo nos empregos da classe média.
Consequentemente, muitos trabalhadores aceitam empregos com salários e condições muito aquém de suas qualificações, caracterizando essas situações como trabalho precário.
A prevenção do trabalho precário envolve um esforço conjunto de empregadores e trabalhadores. Os empregadores devem analisar cuidadosamente as condições de trabalho associadas a cada função ou vaga de emprego, garantindo que os contratos sejam justos e conscientes.
Quanto aos trabalhadores, é essencial que examinem cuidadosamente todas as propostas de emprego, verificando se correspondem às suas competências e se incluem contratos de trabalho justos, além de condições e salários adequados.
É fundamental que os trabalhadores estejam cientes de seus direitos, conforme estabelecido no Código do Trabalho. Num esforço para combater a precariedade, o governo apresentou uma série de propostas de alteração, que procuram aproximar os contratos temporários dos contratos a prazo, entre outras medidas. No entanto, essas propostas ainda precisam de ser debatidas e aprovadas pelo Parlamento.
Num cenário em que o trabalho precário parece ser a norma, a prevenção é essencial para garantir que os trabalhadores possam desfrutar de condições de trabalho justas e dignas.
Com a conscientização, a regulamentação apropriada e o esforço conjunto de empregadores e trabalhadores, é possível combater a precariedade no mercado de trabalho.
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