A prolongada escassez de chuvas e o intenso calor no Algarve têm causado preocupações crescentes entre os produtores agrícolas, à medida que a seca severa afeta a produção na região.
O clima escaldante e a falta de água têm criado um cenário desafiador para os agricultores. Os abacates, por exemplo, estão a ser afetados negativamente, com folhas queimadas devido ao sol abrasador e às temperaturas elevadas.
Esta situação obriga os produtores a recorrer a sistemas de rega mais frequentes do que o habitual, dando um exemplo de um abacate que queimou.
“”Este abacate apanhou um sol que é fora do normal da época, e o excesso de sol e calor provocou a “queima” de folhas que estavam menos protegidas pelas folhas. Vamos ter mais despesas e menos rendimentos, todo o fruto que depois vai para o lixo não rende nada”, afirmou um produtor entrevistado pelo Correio da Manhã, com um terreno de 20 hectares em Tavira.
Explica ainda que a sua produção está fortemente dependente da água fornecida pela barragem de Odeleite, que se encontra com pouca água, apenas a 30% da sua capacidade máxima.
Questionado se receia que a água da barragem escasseie: “Tenho muito medo! Tenho mesmo medo e receio que possa faltar a água, e se faltar a água, os aquíferos que temos não chega para regar o terreno que temos de abacateiros”, partilha.
os produtores de citrinos também partilham desse receio, pois as restrições à irrigação já estão a afetar diretamente os frutos.
Macário Correia, presidente da Associação de Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento Algarvio, sublinhou os impactos negativos.
“Calibres mais baixos, maturação mais precoce, e com mais casca e menos sumo, porque não têm líquido que as alimente. Vamos ter, aparentemente, um ano de fruta em termos de quantidade razoável, mas calibres mais baixos, porque não teve a rega que era preciso”.
Este cenário tem um impacto significativo nas receitas dos agricultores, uma vez que o Algarve é uma das regiões mais afetadas pela seca severa.
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