Tudo começou em 2017, altura em que em Portugal se começou a associar depressões atmosféricas a nomes masculinos ou femininos. A escolha dos nomes dados às tempestades é resultado da cooperação entre os institutos de meteorologia de Portugal, Espanha e França.
Depressões referem-se a áreas de baixa pressão atmosférica nas quais os ventos circulam no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio no hemisfério norte e no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério sul, devido à pressão atmosférica mínima no centro, que aumenta à medida que se afasta do centro.
Como surgiu o nome da tempestade “Aline”? Foi o nome que Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) atribuiu, “a uma depressão que atravessou o Atlântico em fase de cavamento, aproximando-se da região centro da costa ocidental de Portugal na manhã desta quinta-feira, em deslocação rápida para leste e transportando uma ‘massa de ar muito quente, húmido e instável’, segundo cita o Jornal de Notícias com a explicação do IPMA.
A tempestade Ana, em 2017, marcou o primeiro uso de um nome humano para nomear tempestades em Portugal. A designação de nomes humanos é reservada apenas para aquelas tempestades que têm potencial para causar impacto significativo em propriedades e vidas humanas.
A ideia de atribuir nomes a tempestades surgiu de uma colaboração entre as agências meteorológicas de Portugal (IPMA), Espanha (AEMET) e França (MétéoFrance). Este projeto visa aprimorar a cooperação entre os serviços meteorológicos dos países e melhorar a comunicação entre as autoridades.
O país entre Portugal, Espanha ou França que primeiro emite um “aviso de nível laranja ou vermelho dará o nome à tempestade” de acordo com uma “lista pré-estabelecida e informando os outros dois”, explica o JN. Se a tempestade já foi nomeada pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) em Miami devido a impactos anteriores na América Central e depois se dirige para a Europa, o mesmo nome será utilizado, acrescentando-se o prefixo “ex-“.
Há ainda outros países a dar nomes a tempestades. Na Alemanha, por exemplo, existe uma longa tradição de atribuição de nomes a depressões e anticiclones. Desde 1954, o Instituto de Meteorologia da Universidade Livre de Berlim atribui nomes femininos às depressões e nomes masculinos aos anticiclones. Foram criadas dez listas de nomes masculinos e dez listas de nomes femininos, totalizando 260 de cada.
No Reino Unido e na Irlanda, o sistema de atribuição de nomes a tempestades que afetam a região foi implementado com sucesso a partir de 2015. Ficou provado que os cidadãos tendem a estar mais alerta quando as tempestades têm nomes.
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