A Rússia corre o risco de entrar em incumprimento financeiro pela primeira vez em mais de 20 anos, mergulhando numa grave crise económica.
Em 1998, a bolsa de Moscovo esteve à beira de um ataque de nervos, com longas filas para trocar rublos por dólares e as prateleiras dos supermercados vazias. Foi a última vez que a Rússia entrou em incumprimento, deixando de pagar as dívidas no prazo previsto.
O fim do modelo económico da União Soviética e a descida dos preços das matérias-primas enterrou a economia, que deu um trambolhão de 5% e fez disparar a inflação para uns assustadores 84%. O rublo desvalorizou, o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em cena e foi preciso uma moratória para a Rússia pagar o que devia.
Logo a seguir, Vladimir Putin chegou ao poder e colocou em marcha um extenso programa de reorganização do Estado e da Economia. 24 anos depois, o cenário pode repetir-se.
Se até então, a ideia de incumprimento ainda não era uma realidade, para alguns, tornou-se agora uma evidência.
O próprio FMI partilha a preocupação, numa altura em que chega ao fim o prazo de pagamento das dívidas. A comparação com 1998 é incontornável, mas, desta vez, é improvável que seja possível aplicar o mesmo remédio.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL
