Os preços do azeite, que nos últimos anos subiram a níveis sem precedentes e ganharam uma alcunha de “ouro líquido”, têm sido um dos principais desafios para os orçamentos das famílias portuguesas. No entanto, há boas notícias: os valores começaram finalmente a recuar. Em entrevista à CNBC , Miguel Ángel Guzmán, diretor de vendas da Deoleo, afirma: “As perspectivas são positivas para os próximos meses, pois espera-se que o mercado comece a estabilizar e a recuperar gradualmente a normalidade.”
Segundo dados da Infaoliva, divulgados pelo jornal El Economista, citado pela Executive Digest, os preços do azeite registaram uma queda de 37% em relação aos máximos de janeiro, atingindo novamente os cinco euros por litro, algo que não acontecia desde 2023.
Contudo, alerta-se que o processo será lento e que os consumidores não devem esperar uma descida rápida dos preços. Guzmán sublinha: “houve passos no sentido de melhorias, mas não é totalmente correto dizer que a crise acabou. Continuamos a atravessar uma fase de tensão nos preços do azeite, sobretudo nos azeites de maior qualidade, como o Extra Virgem.”
Além disso, há ainda incertezas relativamente às condições das colheitas. Segundo Guzmán, espera-se que a colheita decorra entre novembro e janeiro, desde que as condições climáticas sejam frescas. Caso tudo corra como previsto, o preço de cinco euros por litro poderá ser um progresso de forma sustentável, um valor que “aliviaria o esforço no mercado e facilitaria uma normalização gradual”.
Os problemas climáticos, que durante anos prejudicaram as colheitas nas regiões mediterrânicas, vieram a dar sinais de problemas. A temporada 2024/2025 parece promissora, especialmente em Espanha, a maior produtora mundial. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação espanhol (MAPA), a produção poderá atingir 1.262 toneladas, um aumento de 48% em relação ao ano anterior e 4% acima da média desde 2018.
Ainda assim, permanece a incerteza quanto ao impacto das alterações climáticas, que podem novamente alterar o cenário. Outro ponto de dúvida é como a queda de preços será refletida nos supermercados, já que os consumidores ainda não têm garantias de que os valores mais baixos chegarão rapidamente às prateleiras.
Apesar das dificuldades, tudo indica que a indústria está a entrar numa nova fase. A estabilização dos preços parece estar no horizonte, trazendo alguma rotura tanto para os produtores como para os consumidores.
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