A Polícia Judiciária deteve esta terça-feira 15 pessoas de norte a sul do país alegadamente envolvidas num esquema de branqueamento transnacional estando, por isso, indiciadas de branqueamento e burla qualificada e informática, adiantou esta força policial.
Em comunicado, a PJ referiu que em causa estará um esquema de branqueamento de caráter transnacional que visa ocultar, converter e integrar na economia legítima importâncias provenientes de diversos tipos de burlas, sendo os lesados em regra cidadãos nacionais.
“As vítimas, por meio de engano e erro consciente, abriam mão de importâncias que transferiam para contas de terceiros, supostos fornecedores de bens e serviços ou intermediários de crédito, a que se sucediam outros movimentos financeiros que visavam criar uma cortina sobre aqueles que procediam à integração final na economia real, já em países terceiros (Benim e Lituânia), ficando as vantagens ‘limpas’ para a organização”, explicou.
De igual modo, acrescentou a PJ, eram remetidos para esses países os cartões de crédito e credenciais de movimentações de contas, operando posteriormente a organização a partir daí.
Na sequência da investigação, a PJ deteve 15 pessoas de nacionalidade portuguesa entre os 25 e 60 anos e com ocupações diferenciadas.
De acordo com esta força policial, os suspeitos faziam desta atividade ilícita modo de vida, tendo distinto grau de conhecimento quanto à prática dos factos dadas as funções ocupadas na estrutura da alegada organização.
Além dos 15 detidos, a PJ apreendeu, no âmbito de 36 buscas domiciliárias realizadas de norte a sul do país, documentação diversa, material informático, cartões bancários e de telecomunicações.
A operação, apelidada de “Não passes cartão”, envolveu 180 elementos.
Os suspeitos vão agora ser presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto para a aplicação das medidas de coação.