
No Dia do Município de Loulé, 30 de maio, Pedro Mexia recebeu das mãos do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, e do presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, o Grande Prémio Literário Crónicas e Dispersos Literários CML/APE, pela sua obra “Lá Fora”.
“Um livro bem estruturado, não uma antologia aleatória. Um livro sobre o espaço que não é um livro de viagens mas é um livro de viagens com livros, já que não são tanto os locais que contam mas o que deles imaginamos, mesmo quando o tempo os tornou irreconhecíveis”, referiu o autor distinguido. Trata-se de uma obra onde estão reunidas as várias crónicas publicadas, especialmente no semanário Expresso mas também noutros espaços em que Pedro Mexia colabora, no período de 2007 a 2017.
O premiado falou da crónica jornalística enquanto género literário marcado pela sua periodicidade regular, a qual despertou nele o “fascínio pelos jornais”, fruto também da leitura dos “autores clássicos e contemporâneos” como Miguel Esteves Cardoso, Manuel António Pina, Agustina Bessa-Luís, Vasco Pulido Valente, José Cutileiro, Abel Barros Baptista ou José Bénard da Costa.
Pedro Mexia, escritor e poeta
Pedro Mexia, que também tem obra publicada noutras vertentes da Literatura, como é o caso da poesia, salientou as principais virtudes da crónica “enquanto grande disciplina por causa dos constrangimentos de espaço e tempo e por não estar sujeita aos caprichos agudos da inspiração”. E, por outro lado, enquanto género que “nos ensina a escrever melhor, a estarmos atentos aos nossos defeitos, às formulações genéricas, às imagens gastas, às repetições não intencionais, ao estilo sentencioso, ao advérbio infeliz, ao adjetivo que o substantivo não necessita”, explicou.
Visivelmente emocionado com esta distinção, Pedro Mexia registou ainda uma particularidade deste género pelo qual foi distinguido: a aproximação dos leitores, nomeadamente através das mensagens deixadas sobre os seus textos.
Refira-se que este prémio nasceu há quatro anos, no âmbito do protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Loulé e a Associação Portuguesa de Escritores, com o objetivo de “dar vigor, no plano das instituições culturais, a uma produção crescente e de afirmada qualidade, na crónica, como em alguns textos dificilmente qualificáveis mas que se enquadram naquilo a que habitualmente chamamos os ‘dispersos literários’”.
Considerado hoje como um dos maiores prémios do género no contexto nacional, José Manuel Mendes frisou que o mesmo continuará a ser uma referência, com o vigor que tem tido desde a sua génese.
(AC/HF)