Com a pandemia do novo coronavírus, os pedidos de ajuda através da rede de emergência alimentar aumentaram nas últimas três semanas. Isabel Jonet revela que “parece que nascem do chão, é uma coisa tremenda. Nunca vi nada assim”.
Segundo o Observador, que entrevistou a presidente do grupo, até às 22:00 horas de domingo, o Banco Alimentar recebeu “quase 11.650 pedidos de apoio”, segundo a presidente. Isabel Jonet disse que “estimo que sejam à volta de 55 mil pessoas que, apenas nestas 3 semanas, ficaram a precisar de ajuda”.
A verdade, é que o Banco Alimentar tem sido contactado por famílias que, antes da crise provocada pela pandemia da covid-19, tinham uma vida financeira estável. Com as crianças em casa, as despesas aumentaram.
A entrevista revela ainda que existe quem dê o seu trabalho em troca de alimentos. São quatro as pessoas a trabalhar para puderem alimentar-se na cantina.
As pessoas que recorrem aos pedidos de ajuda, não precisam apenas de apoio alimentar, precisam “até de quem as ampare conversando, para que não percam a esperança”. Isabel Jonet sublinhou o importante papel das autarquias no apoio às famílias, afirmando que “foram os primeiros parceiros que nós procuramos”.
Isabel Jonet revela que “há muitas pessoas que estão numa situação verdadeiramente desesperada e este é um momento muito desafiante para todos nós”.
Portugal regista hoje 928 mortos associados à covid-19, mais 25 do que no domingo, e 24.027 infetados (mais 163), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).