A autorização foi dada, na sequência de uma assembleia para formar sacerdotes “capazes de identificar pessoas possuídas por espíritos malignos, saibam como os expulsar e afastem as práticas do ocultismo”.
“Na Venezuela, havia apenas 11 padres com autorização para exorcizar, e na assembleia foram nomeados mais 22, que começaram uma árdua jornada de estudo e até agora só tinham afirmado ter um carisma espiritual especial, ou ter tido experiência como assistentes de exorcistas”, disse o religioso aos jornalistas.
De acordo com o Direito Canónico, “não é qualquer pessoa que tem licença para expulsar demónios. Apenas bispos piedosos, cultos, prudentes, e sacerdotes com integridade de vida têm esta capacidade”, acrescentou.
“Existem 44 dioceses no país, mas a grande maioria não tem exorcistas, ao contrário de outros países. Não há como negar a realidade, aqui uma boa parte da sociedade é movida pela curiosidade de ter contacto com as forças do mal, buscas esotéricas, uma certa preponderância do demónio e dos ritos da cultura mágico-religiosa venezuelana”, explicou.
O sacerdote Ronny Garcia, representante venezuelano da Associação Internacional de Exorcistas, afirmou ao jornal La Prensa de Lara que, desde o início da pandemia da covid-19, a Igreja Católica tem notado um aumento de rituais sobrenaturais no país, por causa do medo da morte.
“Os venezuelanos são muito religiosos, crentes, mas aconteceram tantas coisas no país. A população foi duramente atingida e tem-se desvirtuado”, adiantou o sacerdote, que percebeu ainda um aumento de “operadores ocultistas”, cabendo aos “padres orientar os paroquianos”.
Vários sacerdotes pediram à Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) para institucionalizar a Associação de Exorcistas da Venezuela, ao mesmo tempo que devem ser reabertos “seminários, casas de estudo e formação, institutos religiosos e divulgado o Ministério da Pastoral da Consolação e o Ministério do Exorcismo”.
A assembleia, que levou à autorização dos sacerdotes a realizar o exorcismo, contou com vários participantes oriundos de Roma, Vaticano, Brasil, Argentina e México.