São 15 os pontos que constam no rascunho do “plano de neutralidade” entre a Ucrânia e a Rússia. A informação foi confirmada ao jornal Financial Times por três fontes envolvidas nas negociações, que esta quarta-feira resultaram em “progressos significativos”.
O pouco que se sabe é isso mesmo, que é apenas um rascunho. Nele constam as exigências de parte a parte, mas poucas certezas. Um dos 15 pontos do esboço estabelece o cessar-fogo russo, se a Ucrânia aceitar o estatuto neutro e a imposição de limites às suas forças.
O Kremlin exige, segundo o Financial Times, que Kiev renuncie às suas ambições de integrar a NATO e que se comprometa a não aceitar tropas e armamento estrangeiro como proteção dos seus aliados Estados Unidos, Reino Unido e Turquia.
Este apoio ocidental será um dos grandes obstáculos a este plano de paz, assim como o estatuto dos territórios ucranianos tomados pela Rússia em 2014.
Além disso, as autoridades ucranianas mantêm-se céticas quanto ao facto de o Presidente Putin estar comprometido a 100% com este acordo, temendo que Moscovo esteja apenas a querer ganhar tempo para reorganizar e restabelecer as suas tropas.
Na rede social Twitter, Mykhailo Podolyak, conselheiro do chefe de gabinete do Presidente da Ucrânia, referiu que o esboço sobre o qual o Financial Times escreveu apenas contempla as exigências do lado de Moscovo.
“O lado ucraniano tem as suas próprias posições. A única coisa que podemos confirmar nesta altura é um cessar-fogo, a retirada das tropas russas e as garantias de segurança de vários países”, acrescentou.
A Rússia iniciou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo dezenas de crianças, e provocou a fuga de 4,8 milhões de pessoas, três milhões para os países vizinhos, de acordo com o último balanço feito pelas Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e fortes sanções político-económicas a Moscovo.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL