Mais de metade das pessoas da comunidade cigana em Portugal afirma já ter enfrentado situações de discriminação ao longo da vida por causa da sua etnia. Estes dados surgem num contexto em que a igualdade de oportunidades continua a ser um desafio significativo para muitas comunidades minoritárias no país.
A informação divulgada pelo INE, no âmbito do Inquérito às Condições de Vida, Origens e Trajetórias da População Residente em Portugal (ICOT), analisou as perceções e experiências da comunidade cigana em Portugal. Os resultados destacam que a discriminação ocorre frequentemente em contextos essenciais para a integração social e económica, como o acesso ao emprego, à educação e à habitação.
No setor da habitação, muitas famílias ciganas relatam dificuldades em encontrar alojamento digno, muitas vezes enfrentando recusas por parte de senhorios, mesmo quando têm condições financeiras para pagar a renda. No mercado de trabalho, relatos de preconceito em entrevistas de emprego ou no ambiente laboral são comuns.
A nível educativo, a integração das crianças ciganas nas escolas é muitas vezes marcada por episódios de exclusão, dificultando o seu percurso académico. Embora existam políticas públicas direcionadas à inclusão desta comunidade, os obstáculos culturais e institucionais permanecem uma barreira significativa. O estudo sugere que, apesar de algumas iniciativas recentes para combater o preconceito, a perceção pública em relação à comunidade cigana continua a ser influenciada por estereótipos negativos.
As organizações de defesa dos direitos humanos sublinham a necessidade de ações concretas para combater a discriminação, incluindo campanhas de sensibilização e programas que promovam a integração económica e social. Recomenda-se também um reforço na aplicação da legislação já existente contra a discriminação.
A pesquisa evidencia ainda que uma abordagem colaborativa, envolvendo o governo, a sociedade civil e a própria comunidade cigana, é essencial para alcançar progressos efetivos. Este tema levanta questões importantes sobre o estado da inclusão em Portugal e desafia a sociedade a repensar as suas práticas e políticas de integração.
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