A Ucrânia rejeitou declarações de Moscovo segundo as quais bombardeou aldeias russas fronteiriças, acusando, em contrapartida, a Rússia de planear “ataques terroristas” na região fronteiriça para alimentar a “histeria anti-ucraniana”.
Segundo o Conselho Nacional de Segurança e Defesa ucraniano, “os serviços especiais inimigos começaram a aplicar um plano para levar a cabo ataques terroristas com o objetivo de injetar histeria anti-ucraniana na Rússia”.
Sem as desmentir formalmente, o Conselho condenou afirmações do governador da região russa de Kursk segundo as quais uma aldeia do distrito de Korenevsky tinha sido bombardeada a partir de território ucraniano, bem como acusações de que um posto fronteiriço da região de Briansk fora atingido.
Horas antes, a Comissão de Inquérito russa tinha afirmado que dois helicópteros ucranianos “equipados com armamento pesado” haviam entrado na Rússia e procedido a “pelo menos seis ataques a prédios de habitação na aldeia de Klimovo”, na região de Briansk.
Sete pessoas, entre as quais um bebé, ficaram feridas “com diversos níveis de gravidade”, segundo a mesma fonte.
Tais acusações são impossíveis de verificar de forma independente.
No início de abril, o governador da região de Belgorod, vizinha de Briansk, afirmou também que helicópteros ucranianos tinham feito uma incursão e atingido um depósito de combustível.
Estas novas acusações surgem quando o exército russo ameaçou atingir centros de comando na capital ucraniana, Kiev, em retaliação ao que descreveu como bombardeamentos e sabotagem da Ucrânia em território russo.
“Estamos a assistir a tentativas de sabotagem e ataques das forças ucranianas a alvos no território da Federação da Rússia”, declarou na quarta-feira o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konachenkov.
“Se tais eventos continuarem, serão realizados ataques pelo exército russo a centros de tomada de decisão, inclusive em Kiev, o que o exército russo se absteve de fazer até agora”, acrescentou, fazendo temer uma nova escalada do conflito.