Francisco cruz, jovem de 22 anos de Leiria, empregado de mesa e bar do hotel Pinhal do Sol, em Quarteira, foi despedido após recusar-se a obedecer à ordem de ir para a copa lavar loiça. Para além do despedimento, a fechadura do alojamento que lhe tinha cedido pelo hotel foi mudada, “o meu colega, que também lá estava, foi outro dos despedidos”, revela ao Público.
Segundo a mesma fonte, o jovem permaneceu, “à porta do hotel, acompanhado de dois dirigentes sindicais, alegando que está a ser impedido de exercer a função para que foi contratado”.
Tiago Jacinto, coordenador-regional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, referiu ao Público que veio, “trazer-lhe comida e água, não tem dinheiro nem sítio onde ficar”, prometeu dar ainda “todo o apoio” ao jovem que ficou desalojado.
Francisco foi despedido esta quarta-feira. O jovem veio para o Algarve após responder a um anúncio e afirmou não sair, “até ver a situação esclarecida”.
A entidade patronal justificou a colocação dos empregados a desempenhar várias funções com: “Entramos na época baixa, há menos clientes”, no entanto, segundo o dirigente sindical, “este hotel continua com uma boa ocupação”.
Wilson Viegas, um dos proprietários do hotel, explicou ainda ao Público, que o empregado de mesa, “tinha várias queixas de clientes”, era “agressivo para com os clientes e por isso foi suspenso”. O jovem por sua vez revela que “posso não andar sempre de sorriso aberto, mas nunca fui agressivo”.
O sindicato pediu uma “intervenção urgente” da Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) e exige que o contrato de trabalho, que terminaria em fevereiro, seja cumprido.
“O Francisco está sem casa, sem alimentação e sem dinheiro e encontra-se na receção do hotel, onde o sindicato se encontra em solidariedade e lhe entregou alguns bens alimentares e agasalhos”, referiu a União dos Sindicatos do Algarve/CGTP-IN.
“Ele está suspenso, o advogado está a tratar do assunto”, referiu o patrão. De seguida, alertou ainda Tiago Jacinto de que “se não saírem daqui, que é um sítio privado, chamo a GNR”.
“Ontem já tinha chamado a GNR para correr daqui connosco mas não conseguiu. Se não ficar aqui [no exterior], o Francisco vai para a recepção pois não tem para onde ir”, revelou o dirigente sindical.
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