Quase 90 dias após o início da invasão russa da Ucrânia continuam a chegar refugiados a Portugal. Esta semana ultrapassaram os 37 mil com pedido de proteção temporária.
O número é semanalmente atualizado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas revela pouco mais do que a dimensão crescente de uma comunidade imigrante que estava a diminuir nas estatísticas nacionais.
Mas quem são os que chegam? Para onde vão viver? Com quem? Que histórias trazem? Que profissões interromperam? Que novas vidas estão a conseguir recomeçar?
Um olhar mais fino aos dados permite desde logo confirmar o efeito da lei marcial que só deixa sair da Ucrânia mulheres, crianças e homens com mais de 60 anos.
Entre os ucranianos acolhidos em território nacional nem um quinto (6597) são homens adultos, entre os 18 e os 65 anos.
A maioria dos que cá conseguiu chegar estava a trabalhar fora do país ou tem algum problema de saúde que os torna dependentes e elegíveis para atravessar a fronteira para longe do conflito. Os restantes são mulheres (perto de 16 mil), crianças entre os 0 e os 17 anos (12,3 mil) e idosos (2,1 mil).
O que significa que cerca de 60% das ucranianas viajaram para Portugal sem o marido ou companheiro e grande parte com uma ou mais crianças.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL