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Não nos poupemos: a exposição ‘Loulé. Territórios, Memórias, Identidades’ é um colosso e mostra um ‘outro Loulé’ a Portugal e ao Mundo através de um espólio impressionante em qualidade e quantidade, criando em Lisboa a partir de 21 de Junho um momento único e um marco na forma como entendemos o maior concelho do Algarve
Sete mil anos, sete núcleos expositivos e um acervo expositivo monumental são o que todos, louletanos, algarvios, portugueses e estrangeiros, vão poder ver na ala oitocentista do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), a partir de 21 de Junho, naquela que é a maior exposição dedicada ao património de Loulé alguma vez realizada.
É um novo olhar sobre o concelho de Loulé – sobre as suas gentes, sobre quem viveu o território entre a serra e o mar do maior concelho da região e, também, porque não dizê-lo, da alma das gentes louletanas – aquele que a exposição “Loulé. Territórios, Memórias, Identidades” (LTMI) quer dar a conhecer a todos os que passem pelo mais visitado monumento português, o Mosteiro dos Jerónimos, e entrem no MNA.
A recebê-los estará o metoposaurus algarvensis, anterior aos populares dinossauros, que lhes dará as boas-vindas a um museu e a uma exposição de excepção.
O que se pode ver em Lisboa
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Lá dentro, sete núcleos, a começar pelo Território onde se faz a apresentação do concelho, passando pelas Memórias – transcorridas ao longo dos núcleos dedicados à Pré-História, à Proto-História, ao Período Romano, à Antiguidade Tardia, ao Período Islâmico e à Época Medieval -, até chegar às Identidades com a projecção de fotografias de rostos e pessoas, do concelho, levam o visitante a uma viagem no tempo proposta a partir de um discurso expositivo pensado ao pormenor para que se perceba de forma única Loulé.
Por detrás da excelência dos conteúdos estão os comissários e professores Victor S. Gonçalves, Amílcar Guerra, Catarina Viegas, Helena Catarino e Luís Filipe Oliveira e uma equipa que uniu o que de melhor o país pode oferecer em investigadores, técnicos, instituições universitárias e científicas e muitos outros, todos fundamentais para dar corpo a uma exposição imperdível, que se apresenta ao público sem data para terminar, tal a importância e magnitude do que se atingiu e se propõe e do que se espera alcançar em termos de sucesso.
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”
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A frase de Pessoa, cidadão do mundo, como se quer que seja esta exposição uma mostra para o mundo, descreve bem a força da vontade de quem se fez fazedor desta montra de Loulé revisitado de forma singular.
O MNA, o Museu Municipal de Loulé, a Câmara de Loulé, a Direcção-Geral do Património Cultural, algumas das melhores universidades do país, o programa 365 Algarve e tantas outras instituições uniram vontades e da força fizeram espanto, exactamente aquilo que se pode esperar sentir quando se entra na LTMI.
Se tanto não bastasse, a tudo isto se junta a alma louletana e algarvia feita escrita de Lídia Jorge, que empresta a mestria da pena de excelência ao catálogo precioso da mostra e a conteúdos que a integram.
Irrecusável porque imperdível, imperdível porque indizível. Só mesmo vendo!
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Se por tudo o que se disse não está convencido, sejamos claros: a LTMI é obrigatória.
Não se pode contá-la, pela menoridade das expressões para descrever o que foi pensado ao detalhe para ser visto e, mais do que isso, vivido e sentido de forma pessoal e intransmissível.
E factos há-os capazes de deixar inculcado em qualquer vivente o dever de agendar uma visita a Lisboa e aos Jerónimos: são mais de 300 metros quadrados de exposição, com nove ilhas e dez vitrines expositivas coadjuvadas por LCDs e molduras digitais para lhe contar tudo sobre os sete mil anos de História que demoraram a planificar para esta mostra 15 meses.
Cinco comissários científicos e sete executivos, 40 autores de artigos e fichas para o catálogo, 1.200 bens culturais inventariados, dos quais 504 integram a exposição com 166 magnificamente restaurados, são apenas um pormenor numérico do tanto que quer mostrar.
A LTMI revisita espólio de 154 sítios arqueológicos referenciados e ditou 32 novos sítios inseridos na Base de Dados da Arqueologia portuguesa. Contou com 11 instituições que cederam bens culturais e 54 técnicos de excelência com as mais diversas profissões e áreas de actuação para fazer do sonho uma realidade.
Não há ditos que possam substituir-se a si numa visita a um momento único e irrepetível para conhecer Loulé que se mostra maior, tanto maior que se torna capaz de lhe desenhar um Algarve da serra ao mar e um Portugal em miniatura ao longo do decurso dos milénios.
Há coisas assim que são capazes de nos dar dias assim, que calam na alma de ser louletano, de ser algarvio, de ser português. Visite a LTMI e tenha um destes dias.
Saiba mais sobre a exposição:
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