No coração do Barrocal algarvio, a Serra de Monte Figo acolhe o Cerro da Cabeça, uma elevação de 249 metros que combina património natural, geológico e cultural. Situado na freguesia de Moncarapacho, no concelho de Olhão, este monumento natural é conhecido pelas suas impressionantes formações cársticas e vistas panorâmicas.
Classificado como um dos mais notáveis exemplos de megalapiás do Algarve, o Cerro da Cabeça destaca-se pelos blocos de calcário modelados pela erosão ao longo dos séculos. Estas estruturas, que assumem formas cônicas e escarpas de rara beleza, atraindo tanto geólogos como turistas.
Além das formações rochosas, o cerro alberga grutas de elevado valor ecológico, servindo de habitat para várias espécies de morcegos, algumas delas ameaçadas. Estas cavernas também são um foco de interesse para a espeleologia e integram a Rede Natura 2000, uma iniciativa europeia que visa a conservação da biodiversidade, que em Portugal é gerida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
A vegetação envolvente é característica do Barrocal, com um maquis diversificado que cresce entre as fendas das rochas. Este cenário natural contrasta com o património etnográfico associado à região, onde lendas locais mencionam mouros encantados e passagens secretas nas grutas.
Na vertente sul do cerro, o miradouro oferece vistas deslumbrantes que se estendem do litoral algarvio ao oceano Atlântico. Em dias de boa visibilidade, é possível avistar desde Monte Gordo até Quarteira. O acesso ao miradouro faz-se por um trilho bem sinalizado, com cerca de 2,5 quilómetros, incluindo uma escadaria com 80 degraus nos metros finais.
Para chegar ao Cerro da Cabeça, os visitantes que partem de Moncarapacho devem seguir pela Rua 5 de Outubro em direção à M1332. Este percurso não só garante um acesso prático ao local, como também permite apreciar a riqueza geológica, natural e cultural da região.
O Cerro da Cabeça é um convite a descobrir o lado menos explorado do Algarve, um tesouro natural que alia beleza e ciência, conquistando os corações de quem o visita.
Leia também: Adeus, arroz de marisco: restaurante no Algarve fecha portas mas com uma palavra a dizer