Em Portugal, são colhidas diariamente entre 80 a 100 toneladas de laranjas. A maioria da produção concentra-se no sul do país, especialmente no Algarve, que se destaca como a principal região produtora deste fruto, o mais consumido no mundo. Introduzida pelos navegadores portugueses no século XVI, a laranja tem uma história rica e um futuro promissor no setor agrícola nacional.
A produção de citrinos é uma das áreas que mais tem evoluído na agricultura portuguesa. Atualmente, a laranja é o segundo fruto mais produzido no país, apenas ultrapassada pela maçã. Associar laranjas ao Algarve é natural, pois as características únicas da região — solos férteis, ausência de geadas e longa exposição solar — tornam-na ideal para o cultivo. Além disso, embora a produção também aconteça no Ribatejo e na Vidigueira, no Alentejo, grande parte das laranjas nacionais são colhidas no Algarve. Estas distinguem-se pela cor intensa, pelo sabor doce e pela elevada quantidade de sumo.
Apesar do crescimento da produção nos últimos anos, esta ainda não é suficiente para satisfazer o mercado interno e os pedidos de exportação. Cerca de 15% da produção de laranja do Algarve é destinada à exportação, chegando a mercados internacionais. A maior parte da produção, aproximadamente 85%, é consumida em Portugal, abastecendo o mercado interno. Estes dados refletem o equilíbrio entre a forte procura nacional e a valorização das laranjas algarvias em mercados externos, graças à sua qualidade e características únicas.
A comercialização de laranjas em Portugal ocorre durante todo o ano, graças às variedades de meia estação e às variedades tardias. As ‘Dalmau’ e ‘Newhall’ são colhidas entre novembro e março, as ‘Baía’ e ‘Jaffa’ entre fevereiro e abril, e as ‘Valencia Late’ e ‘Lane Late’ de março a agosto, sendo estas últimas exclusivas do Algarve.
Segundo a RTP, a história das laranjas em Portugal remonta ao século XVI, quando os portugueses as introduziram na Europa a partir da China. Mais tarde, levaram-nas para o continente americano, que hoje alberga as maiores plantações de laranjas do mundo. Esta ligação histórica reflete-se nos nomes dados às laranjas em algumas línguas: em romeno, chamam-se “portocală”, em turco e búlgaro, “portukal”, e em grego, “portokáli”. Curiosamente, em persa e em árabe, a palavra “Portugal” é sinónimo de laranja.
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