O empresário está desesperado. Precisa libertar uma garantia bancária ainda este ano que está a favor dos fundos europeus. O empresário liquidou uma dívida que tinha a este organismo. Quanto à libertação da garantia, o empresário deixa no portal o pedido, escreve email para os responsáveis. O silêncio é a resposta.
Tenta o telefone. A resposta sugere que exponha no portal nos fundos. De novo e de novo. Já já vai mais de meio ano.
Dizia há dias o bem intencionado ministro Adjunto e da Coesão, Manuel Castro Almeida, que estava atento e a criar mecanismos para que a burocracia não criasse constrangimentos aos investidores. De aplaudir, pois os fundos europeus tem que ser executados com celeridade e disso precisa o país desesperadamente.
Talvez por isso cresça o número dos que emigram. Sobretudo os jovens licenciados. Que tanta falta nos fazem
Acreditamos piamente nas boas intenções do ministro. Também acreditamos que a sua vontade não será suficiente. Para um país que faz da burocracia uma instituição.
É que não se resolve com leis. Era preciso que cada chefe de serviço assumisse decisões e resolvesse cada problema que o sistema burocrático de papéis e mais papéis impede. Prejudicando quem trabalha. Quem produz riqueza.
Mas, provavelmente os funcionários públicos optam por nada fazer perante um problema que tem de ser resolvido e está a prejudicar um cidadão ou uma empresa. Assim até podem ser promovidos e chegar ao fim das suas carreiras com um louvor… Por nada decidirem.
No caso que falamos, a questão é ainda mais preocupante. Pois, nem resposta dão ao desesperado empresário. O silêncio é a resposta da burocracia aos problemas que esta causa.
A ideia que ficamos com o conhecimento destes casos, que se devem multiplicar aos milhares, é de um país sem futuro. Talvez por isso cresça o número dos que emigram. Sobretudo os jovens licenciados. Que tanta falta nos fazem.
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