O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta segunda-feira os mais recentes dados sobre o desemprego em Portugal, que atingiu o valor mais elevado do ano, fixando-se em 6,7%, com 363.800 pessoas desempregadas. Este número reflete um aumento de 3,1% face ao mesmo período de 2023, o que equivale a mais 11 mil desempregados, avança a Executive Digest. Dentro destes números, há um grupo de portugueses que tem mais dificuldade em encontrar emprego.
A Randstad Portugal analisou estes resultados, identificando tendências no mercado de trabalho. Embora se registe um aumento do desemprego, sobretudo entre homens e adultos, o relatório destaca também um crescimento do número de pessoas empregadas em termos absolutos.
O desemprego masculino aumentou 1,9%, enquanto o feminino apresentou uma ligeira diminuição de 1,2%. No caso dos jovens, entre os 16 e os 24 anos, a taxa de desemprego recuou 0,9%, enquanto o crescimento mais significativo ocorreu entre os adultos dos 25 aos 74 anos.
Segundo o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), 87,6% dos desempregados não possuem formação superior ao ensino secundário, sendo que 41,9% concluiu apenas o ensino básico. A Randstad destaca que a falta de qualificações continua a ser um fator crítico, limitando o acesso ao mercado de trabalho, especialmente para os 8,7% que não possuem qualquer nível de escolaridade formal. Estes indivíduos enfrentam maiores dificuldades, ficando muitas vezes restringidos a empregos pouco qualificados ou sem oportunidades.
Relativamente às profissões, os trabalhadores não qualificados representam a maior percentagem de desempregados, correspondendo a 28,6% (ou 89.057 pessoas). Seguem-se os profissionais dos serviços pessoais, proteção e segurança e os vendedores, que representam 20,3% do total.
A nível regional, enquanto o Centro registou uma redução da taxa de desemprego, a maioria das outras regiões verificou um aumento. O Algarve destacou-se pelo maior crescimento, com uma subida de 55,7%, refletindo o fim da época alta no setor do turismo e a consequente diminuição da procura por mão de obra.
Apesar deste aumento no desemprego, o INE registou também um crescimento no número de pessoas empregadas, com mais 1.500 postos de trabalho em novembro, atingindo um total histórico de 5.107.000 pessoas empregadas no país, sendo as pessoas menos qualificadas as que têm mais dificuldade em encontrar emprego.
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