A família presumiu durante uma década que tivesse morrido afogado, apesar da carta de despedida encontrada em julho de 2013 pelos pais de Adamo Guerra. O filho pedia-lhes que ajudassem a mulher, de quem já estava separado, assim como as filhas menores, após a sua morte.
Mas até aqui tudo ainda parecia credível. O corpo do homem natural de Ancona, em Itália, nunca chegou a ser encontrado, mas tudo indicava que teria morrido afogado, uma vez que o seu carro foi visto junto à zona portuária da cidade onde nasceu.
As primeiras desconfianças de que nem tudo parecia encaixar nesta história começaram quando a mulher de Adamo, Raffaella, decidiu dar início ao processo de divórcio. É que, em 2022, descobriu que Adamo tinha solicitado a residência como cidadão italiano na Grécia.
Primeiro pensou tratar-se de roubo de identidade, mas depois de o advogado a informar que este “não era uma pessoa desaparecida”, Raffaella foi ao programa “Chi l’ha visto?” (Terá Visto?, em português), da televisão pública italiana (RAI), para que tentassem encontrar o seu marido, que brevemente passaria a ex-marido.
O dia em que Adamo Guerra foi encontrado
A produção do programa investigou e encontrou Adamo Guerra a viver em Petras, na Grécia. Quando confrontado pela equipa do programa da televisão pública italiana, Adamo confirmou a sua identidade, mas pediu que agissem como se não o tivessem encontrado. Soube-se inclusivamente que no dia do seu desaparecimento, o carro tinha sido deixado junto ao porto de Ancona, dado que o trajeto entre a cidade italiana e a Grécia tinha sido feito de barco.
Raffaella ficou surpreendida assim que viu as imagens de Adamo, agora com 55 anos, na Grécia. “Não é homem, não é pai, não é nada. Não há palavras para descrever isto”, lamenta.
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