A Quilaban, empresa de João Cordeiro, vendeu três milhões de máscaras do tipo FFP2 à Direcção-Geral da Saúde com um certificado inválido ou falso.
O Público avança problemas com o certificado. O contrato foi realizado a 7 de abril e incluía três milhões de máscaras de tipo FFP2, destinadas a equipar unidades de saúde nacionais. Estava também prevista a aquisição de um milhão de máscaras cirúrgicas de tipo II, entretanto entregues na totalidade.
João Cordeiro não respondeu às perguntas do jornal e remeteu o assunto para o director-geral da empresa, Sérgio Luciano. O responsável acabou por admitir problemas no certificado. No entanto, reforçou a “aparente qualidade” das máscaras e que o fornecedor também disponibilizou “estudos de conformidade” emitidos por um instituto chinês de certificação.
Sabe-se que quase metade das máscaras FFP2, que foram adjudicadas por cerca de 8,5 milhões de euros, foi entregue na quinta-feira à autoridade nacional de saúde.
A acompanhar as máscaras estava ainda um certificado CE emitido por uma entidade polaca, a ICR Polska, com a data de 16 de março do presente ano, que garantia a conformidade das máscaras com as normas europeias de segurança e saúde. Contudo, a entidade informa que deixou de certificar produtos relacionados com a covid-19 a 26 de março e que decidiu anular todos os certificados emitidos durante esse mês devido a inúmeras fraudes detectadas.
O Ministério da Saúde revela que as máscaras não “não foram distribuídas e até ao esclarecimento cabal não será efectuado qualquer pagamento”. Sérgio Luciano confirmou já pedido explicações ao fabricante destas máscaras, a empresa chinesa Gansu Changee Bio-pharmaceutical.