A empresa Quilaban, que vendeu três milhões de máscaras à Direção-Geral de Saúde (DGS), foi acusada de emitir certificados inválidos ou falsos.
A empresa de João Cordeiro, assegurou hoje que “a certificação apresentada era verdadeira e válida e continuou verdadeira e válida através de um novo certificado”.
Num comunicado enviado à Lusa, a empresa explica que “a conformidade da qualidade das máscaras FF92 /KN95 é assegurada, não só por esta [nova] certificação, como também pelos testes realizados à produção da Gansu pelo Guandong Testing Institute of Product Quality Supervision ao abrigo da norma Chinesa GB 2626-2006, de resto considerada como equivalente à norma Europeia no âmbito do Decreto-Lei nº 14-E/2020, de 13 de abril”.
A empresa esclarece que a adjudicação dos três milhões de respiradores FF92 /KN95 à Quilaban ocorreu em 07 de abril de 2020 e a sua produção foi concluída a 21 de abril de 2020, período coberto pelo novo certificado.
Explica ainda a Quilaban que “para satisfazer o contrato de fornecimento à DGS, por ajuste direto dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, de três milhões de máscaras FF92 /KN95, recorremos à produção da Gansu Changee Bio-pharmaceutical (Gansu)
A Gansu é uma subsidiária da empresa Shenzhen Hanyu Pharmaceutical Co. Ltd e que se encontra certificada na China. “Para além da certificação da sua produção de acordo com os normativos locais e de recorrer ao Guangdong Testing Institute of Product Quality Supervision, que certifica os seus produtos de acordo com a norma GB2626-2006, a Gansu recorreu ainda aos serviços da ICR Polska para a certificação voluntária dos mesmos, no âmbito da qual foi emitido o certificado com o número ICR Polska/P63030032 em 16 de março de 2020, com validade até 15 de março de 2025”.
Por sua vez, “a ICR Polska veio a informar no seu ‘site’ que, devido ao surgimento de certificados inválidos e falsos e por forma a assegurar a adequada evidência quanto ao âmbito e condições de certificação, decidiu proceder ao cancelamento de certificados emitidos entre 01 e 26 de março de 2020 e à reemissão de novos certificados, com um novo layout e novos número de identificação”.
Questionada pela Quilaban, a Gansu refere que “relativamente à menção de invalidade do certificado inicial no ‘site’ da ICR” e que esta “prontamente esclareceu quanto à sua substituição pelo novo certificado”, do qual lhes enviou cópia.
A Quilaban “assegura assim a veracidade e validade dos certificados apresentados, bem como a qualidade dos produtos fornecidos, reafirmando o seu compromisso com a segurança dos utilizadores”.
No domingo, António Lacerda Sales, disse que as máscaras vendidas à DGS não tinham sido distribuídas nem pagas, esperando clarificar a situação no início da semana.
Relacionado:
Empresa vende três milhões de máscaras à DGS com certificado falso