A discriminação por idade no mercado de trabalho é uma questão complexa e relevante que afeta tanto empregadores quanto candidatos em Portugal e em todo o mundo. Comumente denominada de “etarismo,” esta prática levanta questões sobre o tratamento desigual de indivíduos com base na sua faixa etária, muitas vezes resultando em implicações físicas e mentais significativas.
Discriminação por idade na procura por emprego
A discriminação por idade, embora seja mais associada entre os candidatos mais velhos, acaba por afetar pessoas de diferentes faixas etárias, como nos conta o Ekonomista.
Os candidatos mais velhos são às vezes considerados menos flexíveis e resistentes, enquanto os mais jovens podem ser percebidos como imaturos e exigentes, para além de menos responsáveis. Tais preconceitos prejudicam a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.
Legislação contra a discriminação por idade
Portugal dispõe de regulamentações que proíbem a discriminação por idade no local de trabalho. O Código do Trabalho é claro quanto a esse assunto, estabelecendo que nenhum trabalhador ou candidato a emprego pode ser beneficiado ou prejudicado com base na idade. Anunciar um emprego com limites de idade é ilegal, assim como o uso de linguagem que sugira preferência por candidatos de uma faixa etária específica.
No entanto, as entidades patronais podem solicitar a data de nascimento dos candidatos para garantir que tenham mais de 18 anos, o que é uma medida razoável e legal.
Da teoria à prática
Apesar da legislação protetora, a discriminação por idade persiste em vários aspectos. Alguns exemplos comuns incluem:
- Falta de promoção e contratação de pessoas mais velhas.
- Salários mais baixos para trabalhadores mais velhos, devido a estereótipos sobre sua capacidade física.
- Planos de demissão voluntária que visam trabalhadores mais velhos.
- Demissões em massa de trabalhadores mais velhos ou pressão para que se aposentem precocemente.
Como os empregadores devem combater a discriminação por idade
Os empregadores desempenham um papel fundamental na promoção de práticas de recrutamento justas e inclusivas. Conscientizar-se da realidade do envelhecimento da força de trabalho é um primeiro passo importante.
Na prática, empregadores podem:
- Redigir anúncios de emprego sem linguagem discriminatória, evitando termos que sugiram preferência por uma determinada faixa etária.
- Fornecer descrições detalhadas e objetivas das funções a serem desempenhadas, destacando as habilidades e qualidades necessárias.
- Investir na formação dos responsáveis pelo recrutamento para garantir que as decisões se baseiem em critérios objetivos e competências.
É fundamental que os empregadores reconheçam a diversidade etária e valorizem a experiência e a energia que candidatos de todas as idades podem trazer para as suas equipas.
A discriminação por idade é um desafio persistente no mercado de trabalho. A legislação em Portugal proíbe essa prática, mas a realidade revela que ela ainda está presente. Empregadores desempenham um papel crucial na promoção de práticas justas de recrutamento, reconhecendo o valor de candidatos de todas as faixas etárias.
Ao fazê-lo, contribuem para um mercado de trabalho mais inclusivo e equitativo, onde o mérito e as habilidades são as principais considerações na seleção de candidatos.
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