O próximo dia 26 de junho pode marcar uma viragem importante no setor da Arquitetura em Portugal, uma vez que serão conhecidos os novos representantes da Ordem dos Arquitetos (OA), responsáveis por salvaguardar o direito à arquitetura e promover a valorização profissional dos arquitetos em Portugal durante os próximos três anos.
Ricardo Camacho concorre à Secção Regional do Algarve pela lista C, enquadrada na candidatura de Gonçalo Byrne à presidência do Conselho Diretivo Nacional, e “uma das suas maiores preocupações prende-se com a desvalorização da Arquitetura e do papel dos arquitetos e a precariedade no sector”, conforme explica em comunicado de imprensa.
O candidato pela lista C aponta “a solidariedade entre membros como única resposta, reconhecendo que é necessário realizar mudanças reais e direcionadas, não só entre arquitetos, mas no seio da comunidade”. Assume ainda que a “OA deve assumir a obrigação cultural de lidar com a discriminação geográfica e social da região, combatendo a desigualdade de oportunidades e aproveitar este momento para criar as mudanças sistêmicas que debatemos nos diferentes encontros que fizemos durante esta campanha. Além disso, considera ainda ser fundamental “revistar anualmente as motivações a que nos propomos de modo a garantir que realmente estamos a modernizar e refundar a OA como queremos que ela seja.“
As últimas eleições, que decorreram em 2017, tiveram a maior participação de sempre, mas, ainda assim, a taxa de abstenção alcançou os 70%, revelando o pouco envolvimento da classe com a instituição que a representa. A Lista C sublinha que “é preciso alterar essa condição e aumentar a representatividade e apela ao voto e à participação nestas eleições”.
“Vivemos numa situação de profunda desvalorização da Arquitetura e do papel do Arquiteto. Precisamos de mais representatividade para mudar esta condição. Acredito que só conseguiremos valorizar a profissão se estivermos todos unidos: os ateliers, as autarquias, a administração pública, os docentes, os construtores, os diretores de fiscalização, os curadores e a sociedade em geral. Espero, sinceramente, que consigamos unir todos os arquitetos e reinventar o atual modelo da Ordem para que todos nos sintamos parte integrante desta instituição”, explica Gonçalo Byrne.
As eleições, que serão realizadas com recurso a voto eletrónico, por correspondência e presencialmente, decorrem até 26 de junho, data em que se saberá quem são os novos representantes da Ordem dos Arquitetos para o próximo triénio.
Atualmente existem em Portugal mais de 26 mil arquitetos inscritos na Ordem dos Arquitetos.