1 – Preâmbulo.
Estamos ainda em tempo de reflexão sobre a crucificação e redenção de Jesus Cristo – o Salvador.
Surgem muitas interpretações, dúvidas e posições, perante as nossas origens (vida) e pós-vida (pós-mortem), sobre a crença, descrença de Deus com Ateus, Agnósticos, cristãos, não cristãos, etc.
Tem sido o drama ou paradigma do homem, acerca da sua existência com uma interrogação constante, ou sobre a certeza absoluta de tudo (verdade absoluta)..
Fixar-me-ei apenas naqueles que hoje se afirmam como Ateus, Agnósticos, ou tão, somente, crentes sem reserva.
1 – O ATEU é aquele que não crê em Deus, nem noutro qualquer “ser superior”.
“A palavra tem origem no grego “atheus” que significa “sem Deus, que nega e abandona os deuses”.
É formado pela partícula de negação “a” juntamente com o radical “theus” (Deus)”.
2 – O AGNÓSTICO, não exclui a possibilidade de existir um Deus ou deuses, mas acredita que não o pode provar ou comprovar, por não existir um conhecimento concreto e efectivo.
A palavra deriva do termo “agnostos” que significa “desconhecido” ou “não cognoscível”.
3 – O AGNÓSTICO TEÍSTA pode crer em Deus mas não saber qual é sua natureza, sua essência, ou até mesmo como se manifesta.
2 – Desenvolvimento
Ainda acrescentarei algo mais a tudo isto, porque respeito as diversas opiniões mas como se deverá, também, compreender há, outras formas de pensamento, desde os primórdios do homem até os nossos dias, nomeadamente, desde os diversos filósofos, até mesmo aos cientistas.
Para quem conhece a Filosofia sabe bem que há variadíssimas teorias acerca de quem é Deus e qual a origem e destino do homem, sendo que muitas delas partem desde os filósofos da Antiguidade, até aos contemporâneos!
Qual das teorias é a verdadeira, eis a questão!
Podemos ainda considerar 2 grandes blocos de ideias, acerca de quem é Deus e qual a nossa origem.
Uma das teorias Criacionistas afirma que homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, enquanto que outra teoria da corrente Evolucionista diz que o homem evoluiu a partir de um ser comum – sendo o “hominínio” mais próximo o Sahelantropus tchadensis mas o mais conhecido e considerado nosso ancestral comum foi o Australopithecus que evoluiu até ao homo sapiens sapiens (processo da hominização).
Outra teoria evolucionista afirma que o homem partiu de um determinado organismo do planeta e que sofreu mutações ao longo do tempo. Diz-se, também, que tal organismo partiu do mar em direcção à terra.
A teoria conhecida de Charles Darwin fala-nos da existência de uma selecção natural…
A grande dificuldade mantém-se ainda na dúvida sem fim, por parte do homem, por também, não compreender ou conhecer a sua verdadeira origem e post mortem (origem da vida e pós-morte) e o facto de não possuir sequer a sua convicção absoluta, ou então a plenitude da chamada fé…
Na realidade, o homem com o seu “não cognoscível” (não conhece, ou não aceita quem é “Deus”) comporta-se assim como que um autêntico barco sem “velas”, perdido em alto mar, sem ter um rumo definido e andar ao sabor do vento, ou não.
Chamo a atenção para olharmos com o nosso espírito filosófico (o espanto) para tudo aquilo que nos rodeia com seres, não seres, planetas e tantos outros astros sem fim, sendo a terra uma ínfima parte desse universo que tendo uma órbita definida à volta do sol, movimentação sobre si mesma (rotação/translação) e não havendo “colisões de grande significado”, é pois algo impressionante, indescritível e muito reflexivo.
Afinal, será que tudo partiu do Zero ou do acaso, ou que foi “criado” por algo ou “Alguém” e que nos ficou vedado tal conhecimento, mesmo através da ciência, dado a pequenez do próprio homem?
Particularmente, e depois de alguns anos em reflexão e mesmo estudo creio nesse dito “Desconhecido” designado por Deus mas bem diferente da imaginação e invenção feita ou apresentada pelo homem comum e imperfeito, acerca “Daquilo” que, efetivamente, não conhece.
Daí o aproveitamento de diversas religiões na afirmação da detenção da única verdade (absoluta) – coisas do homem certamente.
A religião por conseguinte, é repleta de dogmas mas baseada na fé para os poder explicar…
Deveria ter sim um papel importante para a manutenção da espécie em sociedade mas, infelizmente, não é o que se constata. Uma fazem mais por isso mas outras não.
Por tal assim pensando, particularmente, posso considerar-me um CRENTE ou seja alguém que acredita em Deus, embora desconheça a sua natureza e que é bem diferente do Deus apresentado pelo mentiroso e imperfeito homem que, desconhecendo, acredita no entanto que foi resultado da criação feita por Deus à Sua imagem e semelhança.
Por conseguinte, um Deus criador do universo e do homem mas pensado como sendo uma figura humana.
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Jesus Cristo, também Ele como homem, teve uma história conhecida, a qual ficou relatada pela escrita (rolos do mar morto) que foram compilados (Bíblia), cujo conteúdo não se cingiu apenas à transmissão por oralidade, sendo esta susceptível de se perder no tempo, ou ser mesmo alterado, parcialmente, ou na totalidade de conteúdo, e como tal, não vir a corresponder à verdade dos factos.
Na escrita, algumas traduções feitas aos mencionados rolos, alteraram quiçá por alguns interesses, parte dos mesmos – os Apróficos (algo que não corresponde ao do autor).
Desse modo Cristo, não apenas existiu por uma mera “suposição” (ou não), de um só homem pecaminoso mas sim por muitos…
3 – Conclusão
A perfeição, certamente, não existe nos humanos mas sim aquilo que deles é menos imperfeito, nomeadamente, aos níveis racional, irracional sentimental, ilógico ou casuístico, assertivo ou não assertivo, etc.
O homem é um ser complexo e imperfeito.
* Pós-graduado e técnico superior em SHST;
Licenciado em História e Ciências Sociais;
Outras;
Cidadão pró-ativo.