O primeiro-ministro afirmou hoje que Mário Centeno é uma hipótese para desempenhar as funções de governador do Banco de Portugal, dizendo que tem todas as competências pessoais e profissionais para o exercício desse cargo.
António Costa falava no Palácio de Belém após a breve cerimónia de posse de João Leão no cargo de ministro do Estado e das Finanças em substituição de Mário Centeno.
Questionado se Mário Centeno poderá ser proposto pelo Governo para assumir as funções de governador do Banco de Portugal, sucedendo a Carlos Costa, o primeiro-ministro respondeu: “Por exemplo, é uma hipótese”.
“O professor Mário Centeno tem todas as condições dos pontos de vista pessoal e profissional. Tem todas as competências para exercer as funções de governador do Banco de Portugal. O próprio governador do Banco de Portugal [Carlos Costa] já o reconheceu. Ninguém tem dúvidas sobre essa matéria”, defendeu.
Em relação ao processo de designação do novo governador do Banco de Portugal, o líder do executivo disse que irá falar com o novo ministro das Finanças, João Leão, e com o atual detentor do cargo, Carlos Costa, “tendo em vista saber qual o calendário que tem presente para a cessação das suas funções, para além daquilo que é o mandato oficial”.
“Como sempre disse, nunca tomarei uma decisão sem ouvir previamente os diferentes partidos políticos. Não gostei da forma como o anterior Governo [PSD/CDS-PP] decidiu a recondução do atual governador sem ouvir ninguém. Sempre disse que não o faria e, portanto, ouvirei todos no momento próprio”, declarou.
Este conjunto de conversas de António Costa com os partidos sobre o novo governador do Banco de Portugal está previsto para o fim deste mês.
Perante os jornalistas, o primeiro-ministro não detalhou as razões sobre a saída de Mário Centeno do seu Governo, contrapondo que aquilo que “surpreende, porque é raro, foi o facto de, pela primeira vez em 46 anos de história de vida democrática, Portugal ter tido um ministro das Finanças que cumpriu uma legislatura completa de quatro anos e ainda ficou para a legislatura seguinte”.
“É normal. Temos de respeitar que tudo tem um ciclo na vida. Isto foi um fim de um ciclo para o professor doutor Mário Centeno, que respeito e que compreendo. Aquilo que é muito importante é que a sua saída não marca nenhuma rutura ou qualquer inversão da política seguida”, disse, aqui numa nota com caráter político.
Neste ponto, António Cosia completou que o facto de João Leão, até aqui secretário de Estado do Orçamento, suceder a Mário Centeno “é um gesto de continuidade”.
“Tenho a certeza que o país vai continuar a contar com o professor Mário Centeno”, acrescentou.