As filas dos atendimentos nos serviços públicos são evitadas pela maioria dos cidadãos porque são imprevisíveis no que toca ao tempo dispendido. Uma rede criminosa aproveitou-se desse facto e criou um esquema que vende senhas clandestinamente para atendimento na Loja de Cidadão do Saldanha, em Lisboa. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã que refere que uma senha pode chegar a valer até 100 euros, no mercado negro, “é tudo feito às claras, num clima de impunidade”.
Para tentar combater as longas filas que se formam todos os dias se formam na Loja de Cidadão no Saldanha, há mesmo que durma nas imediações da Loja de Cidadão para tentar garantir uma vaga.
Segundo a mesma fonte, “o desespero de uns acabou por se transformar num negócio de milhares de euros para uma rede organizada que atua de forma organizada na Rua Engenheiro Vieira da Silva”.
O CM foi para o local às quatro da manhã e relatou o que testemunhou , “no início da fila, várias pessoas dormem no chão, cobertas com mantas. São o elo mais fraco de um esquema de venda ilegal de senhas. São homens e mulheres vulneráveis que trabalham para quem domina o negócio de milhares de euros. As senhas dos primeiros a chegar são depois entregues aos cabecilhas da rede, por cerca de 5 euros cada, que as vendem por valores que podem chegar aos 100 euros”.
As senhas que são mais procuradas neste regime são para Finanças, Instituto da Mobilidade e dos Transportes e Segurança Social.
A Agência para a Modernização Administrativa foi questionada pelo CM e garante que já foi participada ao Ministério Público (MP) esta prática ilegal no dia 14 de setembro.
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