Um ano depois da aprovação e comercialização da primeira e única preparação à base de canábis autorizada em Portugal, foram vendidas nas farmácias portuguesas cerca de meio milhar de embalagens. Segundo a análise do “Jornal de Notícias”, tendo em conta que há doentes que usam mensalmente entre três e seis unidades, poderão ser menos de 20 os doentes a beneficiar deste tratamento.
“Não é expectável que as terapêuticas à base da planta da canábis para fins medicinais sejam prescritas a milhares de doentes a nível nacional”, explica a empresa responsável pelo medicamento (a Tilray). De acordo com os dados reportados ao Infarmed, a Tilray reportou a venda de 548 embalagens de flor seca com 18% de THC (canabinóides).
“Temos muitas pessoas que nos dizem que há desconhecimento e resistência dos médicos na prescrição”, assegura Carla Dias, presidente do Observatório Português para a Canábis Medicinal (OPCM). Uma embalagem do produto custa 150 euros e pode ser usada em sete indicações terapêuticas: espasticidade associada à esclerose múltipla; estimulação de apetite nos cuidados paliativos; náuseas e vómitos em tratamentos oncológicos ou sida; dor crónica; síndrome de Tourette; epilepsia e glaucoma.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL