Autoridades no território separatista moldavo da Transnístria denunciaram hoje novos ataques de ‘drones’ de origem desconhecida.
“Quatro engenhos explodiram perto da cidade de Voronkovo, na região de Ribnitsk, no território de um antigo aeródromo”, relatou o serviço de imprensa do Ministério do Interior da Transnístria no Telegram, sem especificar a origem dos ataques.
Segundo as autoridades, “na noite de 06 de maio, aproximadamente às 21:40 (horas locais; 19:40 em Lisboa), foram lançados dois engenhos explosivos a partir de um ‘drone’. Uma hora depois, o ataque foi repetido”.
“Uma equipa de investigação operacional está a trabalhar no local. Os peritos recolheram os restos do engenho explosivo”, disse o Ministério do Interior, observando que ninguém morreu ou ficou ferido em resultado do incidente.
Diz-se que este foi o segundo ataque na cidade de Voronkovo, na sequência de um incidente em 05 de maio às 22:20 (hora local; 20:20 em Lisboa), quando dois engenhos explosivos foram largados por um ‘drone’.
A situação na Transnístria começou a ficar tensa no final de abril, depois de uma série de tiroteios e explosões em edifícios e infraestruturas governamentais, que, segundo as autoridades, tiveram origem em território ucraniano.
Kiev alegou que era uma operação de “bandeira falsa” da Rússia para culpar a Ucrânia pelos ataques, bem como os preparativos para lançar uma ofensiva, enquanto a Rússia descreveu os incidentes como uma tentativa de arrastar estes territórios para o conflito armado na Ucrânia.
A Rússia tem cerca de 1.500 soldados permanentemente na Transnístria.
A Transnístria, um território de apenas meio milhão de habitantes, na maioria eslavos, cortou laços com a Moldávia após um conflito armado (1992-1993), durante o qual recebeu assistência da Rússia.
Ao abrigo do Acordo sobre a Resolução Pacífica do Conflito na Transnístria, assinado em julho de 1992, a Rússia enviou 2.400 soldados para garantir a paz na zona, mas tem vindo a reduzir este contingente ao longo dos anos.
A Moldávia pediu para aderir à União Europeia (UE), enquanto Tiraspol pediu que a sua independência fosse reconhecida depois deste passo dado por Chisinau.