O corpo de João Rendeiro foi alvo da autópsia esta terça-feira. A informação foi avançada pela CNN Portugal, que cita a médica legista da morgue de Pinetown, em Durban.
A autópsia foi realizada hoje por uma médica especialista forense sul-africana na presença da polícia da África do Sul, disse fonte da morgue à Lusa.
A autópsia começou às 10h30 locais e durou duas horas, porque foi necessário “tirar várias fotografias e fazer vários testes”, refere a mesma fonte.
Durante o procedimento médico, os agentes da polícia sul-africana recolheram provas fotográficas para a investigação policial em curso às causas da morte do ex-banqueiro português na cela da prisão de Westville, onde se encontrava detido desde dezembro de 2021.
A mesma fonte disse ainda à Lusa que o corpo de João Rendeiro se encontra na morgue “pronto para ser recolhido”, acrescentando que a instituição “não tem ideia quem o irá fazer, se algum familiar ou as autoridades portuguesas”.
O corpo de Rendeiro deverá ser trasladado esta semana para Portugal.
O resultado da autópsia será revelado apenas à família do ex-banqueiro.
João Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto na quinta-feira na prisão de Westville, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários, que excluiu o envolvimento de terceiros. “Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto, ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele”, explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
João Rendeiro encontrava-se em prisão preventiva desde dezembro do ano passado e aguardava pelo processo de extradição, que seria discutido entre nos dias 13 e 30 de junho no tribunal de Verulam, com uma sessão prévia de preparação na próxima sexta-feira com a defesa e a NPA.
Detido em 11 de dezembro do ano passado na cidade sul-africana de Durban após quase três meses fugido à justiça portuguesa, João Rendeiro foi presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou no dia 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, colocando-o em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Westville.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, tendo João Rendeiro de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.
João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado. O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL