O Algarve vive momentos de aparente euforia. É Agosto e não faltam festas e festinhas para animar residentes e visitantes. A receita parece ser sempre a mesma mas a região e as suas gentes merecem mais do que isto.
Viver no Algarve é ter que viver em constante sobressalto com a eterna sazonalidade. E só quem cá vive durante os 12 meses consegue perceber e sentir essa calamidade.
Mas se o problema fosse apenas a sazonalidade não estaríamos mal de todo. Viver na região é estar sujeito às “Dez Pragas do Algarve”. Além dos altos e baixos sazonais, temos um dos maiores problemas de mobilidade do país. O uso diário da viatura é quase inevitável. A falta de estacionamentos é quase dantesca. O transporte ferroviário é uma desgraça com mais de metade do traçado ainda por electrificar. Carruagens velhas, sem ar condicionado. Poucos comboios com avarias constantes e cortes sempre incertos na frequência das velhinhas automotoras.
A falta e tardia requalificação da EN 125 é “criminosa”. As portagens da A22 são hoje uma das grandes cúmplices nas mortes e acidentes que ocorrem diariamente na EN 125, também conhecida pela Rua que atravessa o Algarve.
No Aeroporto de Faro tem sido o caos! Esperas e mais demoras envergonham a região.
Mas para morar no Algarve também é preciso saber viver com a inexistência de habitação para arrendamento ou com preços proibitivos.
E para agravar o pulsar da nossa região, continuamos com mão de obra pouca qualificada e, pior, com a falta dela…
E como no antigo Egipto, segundo o livro bíblico do Êxodo, as pragas não se ficaram por nove. E no caso do Algarve temos a já quase certa futura exploração de petróleo que vai abranger a área de Sagres.
De praga em praga, todos conhecemos a total falta de sensibilidade do Poder Central para com o Algarve. Por mim, não me calarei. Por mim, a região está primeiro.
Hajam mais vozes a dizer basta!