O presidente da Câmara de Aljezur espera que o Governo altere a portaria que define o defeso do sargo e que proíbe a captura da espécie aos pescadores lúdicos apeados, permitindo a pesca profissional e de mergulho.
“Há aqui um sentimento de injustiça porque se for necessário defender a espécie as medidas não podem ser só para os lúdicos de pesca com cana, principalmente para os que estão nas rochas, porque se forem de barco já podem pescar e, isto, efetivamente, tem de ser alterado”, disse à agência Lusa o presidente do município, José Gonçalves (PS).
O autarca foi ouvido esta terça-feira na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, através de videoconferência, onde apelou aos deputados que intercedam para que a portaria seja avaliada e alterada para os pescadores, bem como as zonas de interdição da pesca, nomeadamente no Rogil, freguesia daquele concelho do distrito de Faro.
O defeso do sargo, que se repete todos os anos desde 2014, decorre entre 01 de fevereiro e 15 de março na Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano, determina apenas a proibição da captura da espécie aos pescadores lúdicos que pescam nas falésias.
Para José Gonçalves, a portaria que regula a paragem biológica “tal como está, não faz qualquer sentido, ao discriminar os pescadores de cana, já que não abrange os que utilizam embarcações ou equipamentos subaquáticos para a captura da espécie”.
“Tenho fé e esperança de que no próximo ano possa haver a revisão e alteração à portaria, porque se o recurso está escasso, ou em vias de vir a ter esse problema, o defeso tem de ser abrangente nas várias modalidades, ponto final”, sublinhou.
Para o autarca, é importante que os deputados e o próprio Governo “tenham a consciência da importância que a pesca lúdica tem para a economia das famílias do concelho, uma atividade que está enraizada na população há décadas”.
“Até hoje não conheço nenhum estudo científico ou resultado que sustente que a atividade dos pescadores lúdicos apeados tenha ou possa colocar em perigo o sargo”, concluiu.