Vila Nova de Cerveira, Loulé e São Miguel, nos Açores, juntam-se entre fevereiro de 2025 e maio de 2026 num projeto de criação artística para questionar fronteiras, descentralizar a cultura e abordar a importância da água, foi esta sexta-feira divulgado.
Residências artísticas, oficinas comunitárias e exposições são algumas das componentes da iniciativa Desaguar, coordenada pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira, em parceria com o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na ilha de São Miguel, e a Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo da Câmara Municipal de Loulé.
O projeto de “criação, mediação e circulação artísticas” une três territórios e “desenha uma triangulação nas margens do país com Vila Nova de Cerveira (Alto Minho) na fronteira norte com a Galiza, (Espanha), com Loulé (Algarve) no extremo sul e com os Açores, arquipélago no imenso oceano Atlântico”, descreve a fundação, em comunicado.
“A extensão do triângulo e os seus ângulos irregulares, são parte do desafio de questionar as fronteiras e os conceitos de centro e periferia, nomeadamente, culturais”, afirma.
Por outro lado, São Miguel, Loulé e Vila Nova de Cerveira “são marcados pela água nas suas paisagens e os ciclos da água”, sendo a sua “escassez ou a sua extemporaneidade e excesso, condicionantes da História e, sobretudo, do presente e futuro destes lugares”.
“O primeiro vetor deste projeto é, precisamente, o elogio da água, a sua ação determinante para a sustentabilidade. Inspirados pelas suas versões rio, oceano, fonte, desafiamos os artistas à criação e ao pensamento com os territórios e as suas comunidades”, explica a Fundação Bienal de Arte de Cerveira.
O princípio da descentralização cultural é “central neste projeto que pretende promover a criação artística a partir do encontro entre curadores, produtores e artistas de diferentes territórios e com diferentes históricos, numa relação estreita com a paisagem e com as comunidades que as definem”, acrescenta a fundação.
Apoiado pela Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, o Desaguar tem direção artística de Mafalda Santos e curadoria de João Serrão e Mirian Tavares (Loulé) e Jesse James (São Miguel).
Em residência vão estar os artistas Ana Maria Pintora, Bertílio Martins, João Amado, Margarida Andrade, Milita Doré e Patrícia Oliveira.
Em Vila Nova de Cerveira, as residências ocorrem entre 02 e 13 de junho de 2025, com os artistas Bertílio Martins e Milita Doré (Loulé), João Amado e Margarida Andrade (Açores).
A exposição final do projeto está agendada para o período entre 28 de março e 23 de maio de 2026.
Na ilha de São Miguel, nos Açores, as residências artísticas cabem aos artistas Bertílio Martins, Milita Doré e Patrícia Oliveira, ao passo que a exposição final do projeto ocorre de 20 de setembro a 30 de novembro de 2025.
Ana Maria Pintora fará a sua residência artística entre 31 de janeiro e 15 de fevereiro de 2025.
Em Loulé, as residências artísticas de Margarida Andrade e João Amado realizam-se entre 16 e 29 de março de 2025.
Ana Maria Pintora estará em residência artística de 26 de março a 09 de abril e Patrícia Oliveira em abril e maio.
A exposição final do projeto realiza-se entre 23 janeiro e 14 de março de 2026.
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