A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e a sua Unidade de Cultura manifestam “profundo pesar pelo falecimento, esta terça-feira, do Arqueólogo Victor Manuel dos Santos Gonçalves”.
“Nascido em Setúbal, no ano de 1946, Victor S. Gonçalves consagrou-se um grande vulto da Arqueologia portuguesa, reconhecido como um dos mais proeminentes arqueólogos da Península Ibérica, tendo influenciado decisivamente a atual investigação arqueológica. Foi professor catedrático emérito da Universidade de Lisboa, fundador e diretor do Centro de Arqueologia da Faculdade de Letras UNIARQ – até à sua jubilação em 2016”, refere a CCDR em comunicado.
“Se escavar é preciso, mais importante é refletir antes, durante e depois do ato de escavar”, era o seu lema e da “Escola UNIARQ”.
A extensa e profícua obra de Victor S. Gonçalves, sobretudo dedicada ao estudo da Pré-História recente do Ocidente Peninsular, teve particular e incontornável repercussão no conhecimento do Neolítico, Calcolítico e Megalitismo do Centro e Sul de Portugal. Em 1976, lançou o projeto Carta Arqueológica do Algarve, em colaboração com Ana Margarida Arruda.
A sua dissertação de doutoramento, defendida em 1989 na Universidade de Lisboa, versou “o megalitismo e metalurgia no Alto Algarve Oriental. Em território algarvio, destacam-se as escavações arqueológicas e investigações que conduziu no Cerro do Castelo de Santa Justa (Alcoutim), Cerro do Castelo de Corte João Marques (Loulé), Vigia de Paio Peres Correia (Castro Marim), assim como em monumentos megalíticos de Tavira, Loulé e Alcoutim”.
Estudioso da obra e legado de Estácio da Veiga que destacava como figura carismática evocando a sua posição em defesa da especificidade do Algarve em contraponto a “centralizações inadequadas”, Victor Gonçalves assumiu “a defesa da institucionalização e criação da Universidade do Algarve, conforme manifestou publicamente, em 1982, no II Congresso sobre o Algarve, organizado pelo Racal Clube de Silves”, defendendo ser “o crescimento científico desta região ser absolutamente indissociável da Universidade que aqui teremos de pôr em funcionamento”.
O funeral realiza-se no dia 5 de dezembro (quinta-feira), às 13:30, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
À família e aos amigos, à sua “escola” UNIARQ, a CCDR Algarve e a sua Unidade de Cultura enviam “as mais sentidas condolências”.
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