A região do Algarve enfrenta uma crise hídrica agravada em 2025, com níveis de armazenamento de água inferiores aos do ano anterior. As bacias do Barlavento e do Arade continuam a apresentar as menores disponibilidades hídricas do país, de acordo com o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH). Apesar das chuvas de novembro, que contribuíram com 27 milhões de metros cúbicos, a situação permanece crítica, especialmente devido ao aumento do consumo de água.
A Barragem da Bravura, uma das principais fontes de irrigação para a região de Lagos a Alvor, terminou o ano com apenas 13% de água armazenada, incapaz de sustentar as necessidades agrícolas locais. Na Bacia do Arade, que também fornece água para rega, o volume armazenado em dezembro era de apenas 16%. Estas limitações afetam não só as produções agrícolas, mas também a disponibilidade de água para consumo público.
À SIC Notícias, Teresa Fernandes, representante da Águas do Algarve, destacou, esta sexta-feira, a gravidade da situação: “A Barragem de Odelouca, que é a principal origem superficial no Barlavento algarvio, está com apenas 15% da sua capacidade útil. No Sotavento, as barragens de Odeleite e Beliche estão a 35%, o que ainda é insuficiente para os consumos previstos para 2025.”
O SNIRH informa que a situação não é exclusiva do Algarve. Em todo o país, o armazenamento de água desceu em dez bacias hidrográficas, com níveis particularmente baixos no Rio Mira e no Sado. Em contraste, as bacias do Guadiana e Mondego apresentam níveis de armazenamento superiores a 70%, destacando-se como as mais estáveis.
Com a previsão de consumo crescente e chuvas irregulares, a gestão sustentável dos recursos hídricos torna-se uma prioridade urgente para o Algarve e outras regiões do país.
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