A Casa Álvaro de Campos, em Tavira, anunciou a realização de uma jornada de poesia luso-espanhola, no próximo dia 16 de maio, pelas 18:30, inserida no ciclo “Poemus”, que celebra este mês a sua 93.ª sessão. O encontro integra um intercâmbio poético ibérico e dá continuidade ao Segundo Encontro Hispanoluso de Poesia, realizado em março em La Puebla del Río e Coria del Río, na província de Sevilha.
Em comunicado, a Casa Álvaro de Campos salienta que esta sessão terá como tema central a homenagem a Celeste Caeiro, a mulher que se tornou símbolo da Revolução de Abril ao oferecer cravos aos militares na manhã de 25 de Abril de 1974. A entidade destaca que a homenagem é parte de uma iniciativa conjunta com poetas andaluzes, que decidiram dedicar as jornadas poéticas de 2024 a esta “brilhante personagem e figura icónica da liberdade e resistência, muito querida de todos nós”.
A sessão contará com a participação musical do guitarrista André Ramos e com a leitura de poemas por Fernando Cabrita, Paulo Moreira, Sofia Correia, Pedro Jubilot, Carmen Vargas, Joaquín González e Antonio Aranda.
A Casa Álvaro de Campos sublinha ainda a relevância histórica de Tavira no contexto da Revolução dos Cravos, revelando que, segundo uma investigação académica recente, os cravos oferecidos por Celeste Caeiro aos militares foram produzidos no Posto Agrário de Tavira e enviados para Lisboa, onde se tornariam símbolo da revolução. A investigação, conduzida entre 2019 e 2023 pelo professor Ignácio Garcia-Pereda, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, veio reforçar o papel discreto mas significativo de Tavira no desfecho da revolução.
“Em Tavira, a admiração pela figura de Celeste Caeiro adquiriu expressiva dimensão pelo conhecimento de que os cravos por ela oferecidos aos militares revolucionários (…) foram semeados e criados no Posto Agrário de Tavira”, lê-se na nota da Casa Álvaro de Campos.
No âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril, será ainda projetado um vídeo documental que relata os acontecimentos e o percurso histórico que liga Tavira à Revolução dos Cravos, e que, segundo a entidade organizadora, “sinaliza o percurso de Tavira e dos Tavirenses pela rota da Liberdade”.
A sessão é aberta ao público, assinalando mais um momento de partilha poética e cívica em torno da memória, da liberdade e dos laços entre Portugal e Espanha.
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