A Madame Wineshop & Bar, em Lagos, promove esta quinta-feira, dia 27 de novembro, um evento considerado invulgar no panorama nacional: uma mini-feira inteiramente dedicada a rosés de Portugal, Itália e França. Segundo a garrafeira, o encontro reúne “três vignerons fortemente ligados à comunidade vinícola europeia”, que chegam ao Algarve com o objetivo de “provocar reflexão e demonstrar que o rosé é muito mais do que um vinho de verão”.
A iniciativa pretende contrariar a perceção tradicional de que o rosé é um vinho leve, simples ou estilisticamente uniforme. A Madame Wineshop sublinha que “os vinhos de cor rosa vivem hoje uma transformação silenciosa”, conduzida por produtores que valorizam o terroir, a baixa intervenção e a autenticidade aromática. O propósito é colocar no centro da discussão a ideia de que estes vinhos podem ser sérios, gastronómicos e profundamente expressivos.
Embora o Algarve possa parecer um território improvável para esta conversa, a organização considera-o estratégico. Sendo uma das regiões mais visitadas por públicos internacionais, muitos consumidores chegam sem referências sobre os vinhos portugueses, o que cria espaço para mostrar estilos pouco conhecidos fora do país — desde tintos leves servidos frescos a palhetes tradicionais e rosés artesanais que se afastam da imagem industrial associada ao rosé desde os anos 80.
De acordo com Diane, co-proprietária da Madame Wineshop, a iniciativa resulta da observação contínua do comportamento dos consumidores: “Ao longo dos anos, temos ouvido clientes descartarem o rosé por o considerarem uma categoria pouco interessante. É um preconceito persistente, que limita tanto o consumidor como o diálogo sobre vinho em Portugal.”
Neste contexto, a garrafeira decidiu convidar três viticultores que representam uma nova energia dentro da produção vinícola europeia: Filippo Pozzi (Atlasland — Algarve/Aljezur), Luís Gil (Marinho — Lisboa/Óbidos) e Tobias Steber (Pranzegg — Alto Adige/Bolzano).
Para além dos seus próprios vinhos, cada produtor apresentará rosés de colegas que consideram referências essenciais para compreender a diversidade e profundidade da cor. O objetivo é não apenas provar, mas também contextualizar e pensar criticamente o rosé – desde o potencial de envelhecimento às nuances de terroir.
O evento inclui vinhos de várias regiões portuguesas, como Algarve, Lisboa e Douro, bem como de origens internacionais onde o rosé tem tradição consolidada: Irouléguy, Tavel, Jura, Lombardia, Alto Adige e Marsala.
Programa – 27 de novembro (quinta-feira)
17:00–19:00 – Prova interativa (20 €)
A partir das 19:00 – Seleção alargada de rosés a copo
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