A revista Chama Rubra, fundada por duas amigas naturais de Portimão, vai apresentar o seu primeiro número impresso, Twinkle Twinkle, no dia 5 de dezembro, em Lisboa, num evento que reúne equipa editorial, artistas e comunidade, criando um momento de partilha para folhear a nova edição e conhecer novas vozes da cena artística portuguesa.
A publicação nasce como um projeto editorial que procura ampliar a forma como a arte e a cultura visual são pensadas, vividas e sentidas na atualidade, desafiando o papel tradicional da revista. A Chama Rubra explora formatos híbridos que combinam texto, imagem e pensamento crítico com práticas artísticas emergentes, assumindo “um compromisso claro com a diversidade e a inclusão”, ao dar visibilidade a artistas sub-representados no panorama português.
A revista integra ensaios, poemas, prosa poética, editoriais de moda, contos, projetos visuais, fotografia, ilustração, pintura e vídeo. Partindo da estética das revistas populares dos anos 2000 – como a Bravo ou a Super Pop – recupera essa memória coletiva como gesto político e cultural, com o objetivo de criar pertença, reinstalar o prazer de folhear e reforçar a identificação com uma publicação. A Chama Rubra defende que a arte e a cultura contemporânea “devem ser acessíveis a todas as pessoas, e que essa acessibilidade é urgente”.
Primeira edição, Twinkle Twinkle, desenvolve-se a partir do tema Luz
A primeira edição, Twinkle Twinkle, desenvolve-se a partir do tema Luz, entendida como fenómeno físico, metáfora pessoal e signo cultural. Estruturada em sete capítulos, percorre dimensões mitológicas, tecnológicas, afetivas e sensoriais, explorando como a luz molda perceções, memórias e relações com o mundo. A escolha do tema deve-se à “pluralidade, acessibilidade e experiência comum” que carrega.
Segundo as responsáveis, a luz torna-se espelho de tensões humanas – entre revelar e ocultar, aproximar e consumir – e esta edição propõe-se mapear esse território, reconhecendo que “onde há luz, há sempre escuridão”, parte inevitável do equilíbrio da experiência humana.
O evento assinala o trabalho coletivo de mais de 30 criativos que tornaram a edição possível, contando ainda com o apoio da Hitz, responsável pelas bebidas da sessão.
A Chama Rubra é um projeto editorial da Associação Chama Rubra, criado com a missão de oferecer um espaço alternativo, inclusivo e interseccional para a produção artística e cultural. A revista nasce da urgência de dar visibilidade a artistas emergentes marginalizados em Portugal, nomeadamente mulheres, pessoas LGBTQIA+, racializadas, neurodivergentes e com deficiência, que enfrentam barreiras estruturais no acesso ao mercado artístico.
O projeto posiciona-se como “um manifesto pela inclusão e democratização da arte”, propondo ser mais do que uma revista: uma plataforma híbrida, dinâmica e acessível. O nome simboliza transformação, resistência e paixão, refletindo a essência do projeto.
A edição conta com contributos de dezenas de artistas das áreas da escrita, moda, ilustração, fotografia, artes visuais, performance e música, celebrando a diversidade criativa que caracteriza a publicação.
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