Os motoristas de matérias perigosas estão em greve há mais de 24 horas. O protesto começou às 00h desta segunda-feira e é liderado pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP). Na base da contestação está a reivindicação pelo reconhecimento de uma categoria profissional específica. Esta greve não tem, até ao momento, um fim definido.
Segundo declarações de Francisco São Bento, presidente do SNMMP, à RTP: “Aproximam-se as primeiras 24 horas da nossa greve. Não tivemos grande abertura por parte das entidades no sentido de avançarmos para as negociações. Estamos aqui, como se pode constatar, de pedra e cal e fazemos questão que assim continue até que realmente se decidam sentar à mesa connosco para negociar e atingirmos então o nosso acordo”.
Segundo o sindicato, os motoristas exigem “o reconhecimento da categoria profissional porque são considerados apenas trabalhadores de pesados apesar de existirem diferenças (e de serem) obrigados a ter formação especial”. Os trabalhadores exigem também que cessem os pagamentos de ajudas de custos “de forma ilegal”, que levam a que os mesmos sejam prejudicados, por exemplo, em momentos de baixa.
Francisco São Bento e o vice-presidente, Pedro Pardal Henriques referiram ainda à Lusa que “os motoristas estão a realizar concentrações em Aveiras, no Barreiro, em Sines e Matosinhos junto à Petrogal”.
A greve está já a causar problemas no abastecimento de combustível por todo o país e o Algarve não é exceção. Segundo as redes sociais, o posto de abastecimento da BP de Quarteira já está sem combustível e os postos de Albufeira encontram-se a poucas horas de igualar a situação.
É de realçar que o combustível vem, geralmente, de comboio a partir de Sines e é descarregado para os camiões que fazem a sua distribuição para os devidos terminais. Devido à greve de hoje não existiu qualquer abastecimento em Faro.
Os motoristas pretendem nestes dias de greve cumprir apenas o abastecimento aos hospitais, no entanto, os aeroportos fazem também parte dos serviços mínimos exigidos pelo Governo, mas o Sindicato já afirmou que não os vai cumprir e que rapidamente a falta de combustíveis pode ter impacto no transporte aéreo.
A ANA aeroportos de Portugal admite possíveis constrangimentos. “Nos aeroportos de Lisboa e Faro (…) podem existir restrições e impacte na aviação civil.
A ANA aeroportos (…) continuará a acompanhar de forma permanente a situação com o Governo, as empresas petrolíferas, as companhias aéreas e as empresas de handling com vista à minimização do eventual impacte”.
O sindicato afirma que a situação só voltará ao normal quando for estabelecido um acordo entre as partes.
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(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)
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