Para o autarca farense, Rogério Bacalhau, as obras de construção da Variante Norte a Faro “podem recomeçar ontem”.
A posição do autarca, em declarações ao POSTAL, surge na sequência das afirmações do secretário de Estado dos transportes que disse ontem à tarde que “a concessionária do Algarve Litoral deverá apresentar até ao final do mês à Estradas de Portugal um plano para recomeçar as obras de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125 e que a EP “quer discutir com os autarcas de que forma o plano de trabalhos é implementado”, no sentido de ter o “menor impacto” possível na economia da região durante a época de verão, quando há mais turistas a circular.
Para Rogério Bacalhau, “as obras podem e devem reiniciar-se de imediato e para o efeito podem contar com o meu total apoio”. No caso de Faro, acrescenta o autarca, “a importância da variante para toda a circulação rodoviária regional” e o facto de “se encontrar fora do perímetro da cidade” fazem com que “ obra possa avançar desde já, não havendo questões de colisão com os interesses turísticos sazonais”.
“Esta é uma obra esperada e desejada à muito pelos farenses e pela autarquia e que só peca por tardia na sua concretização”, acrescenta o edil.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, diz que “o que ficou acertado, quando nós fechámos a renegociação do contrato, é que no mês de Julho a concessionária apresentaria o programa de trabalhos”, acrescentando que, de acordo com informação da Estradas de Portugal (EP), a empresa promoverá, também em Julho, uma reunião aberta do seu conselho de administração no Algarve.
O secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações falava aos jornalistas à margem da apresentação do programa “Porta a Porta”, que ontem à tarde decorreu no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, em Faro.
Concessão abrange EN 125 de Vila do Bispo a Faro
No final de Maio foi anunciada a renegociação do contrato da subconcessão Algarve Litoral, que permitirá o reinício das obras de requalificação da EN125, suspensas em 2011, mas cuja nova versão exclui da empreitada o troço entre Olhão e Vila Real de Santo António, mantendo os trabalhos entre Vila do Bispo e Olhão.
A realização das obras nos troços da EN 125 que ficaram de fora do novo contrato deverão ser executadas pela EP, seguindo um calendário idêntico ao da concessão, para que ambas estejam terminadas na mesma altura e não haja “diferenças de tratamento entre algarvios”, concluiu.
Quando foi anunciada a renegociação do contrato, os autarcas cujos municípios não ficaram abrangidos acusaram a empresa de promover uma “discriminação” entre os algarvios do barlavento, cujos troços foram incluídos na nova versão do contrato, e do sotavento, que ficam de fora da concessão.
(com agência Lusa)