Entre quarta-feira e domingo, o pelotão da ‘Algarvia’ vai enfrentar um percurso decalcado das edições anteriores, com dois finais talhados para ‘sprinters’, duas chegadas de montanha e ainda o já tradicional contrarrelógio individual em Lagoa, que este ano ‘cede’ a honra da consagração do vencedor àquele que é o palco de festas habitual (e preferencial) da mais importante prova disputada em território nacional.
Esta edição troca as voltas ao pelotão, que já estava acostumado a partir de Portimão, com a primeira etapa a terminar naquela cidade, depois de arrancar em Lagos e percorrer 189,5 quilómetros.
Portimão, que já não acolhia um final de etapa da prova desde 2012, ano em que Bradley Wiggins ali se impôs num contrarrelógio, meses antes de conquistar a Volta a França, testemunhará o primeiro momento alto desta ‘Algarvia’, um presumível frente a frente veloz entre o irlandês Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep) e o alemão Pascal Ackermann (Bora-hansgrohe), os dois nomes mais sonantes deste pelotão.
A segunda tirada inicia-se na sempre ventosa Sagres e termina no ponto mais alto do Algarve, com a Fóia a coroar um percurso ondulado de 192,8 quilómetros, com um acumulado de subida de 4.100 metros e três contagens de montanha nos derradeiros 30 quilómetros.
A meta coincide com um prémio de montanha de primeira categoria, a subida de Monchique até à Fóia (7,5 quilómetros com 7,3% de inclinação média), à qual os ciclistas chegarão depois de terem passado pela Pomba (uma segunda categoria com 3,6 quilómetros e uma pendente média de 8,2%) e por Alferce (uma terceira categoria com 5,7 quilómetros a 6,2%).
A Fóia será a primeira oportunidade para os candidatos à camisola amarela se mostrarem, numa subida em que, nos últimos três anos, o vencedor de etapa viria também a conquistar a Volta: Michal Kwiatkowski, em 2018, Tadej Pogacar, em 2019, e Remco Evenepoel, em 2020.
O terceiro dia será novamente reservado aos ‘sprinters’, com o pelotão a partir de Faro e a percorrer o interior do Sotavento e a zona raiana do Algarve, antes de terminar no coração de Tavira, após os 203,1 quilómetros da etapa mais longa da 47.ª edição.
A quarta tirada trará o contrarrelógio de Lagoa, que terá o mesmo percurso, de 20,3 quilómetros, já percorrido nas três edições mais recentes da prova.
Mas, só no domingo, a geral da Volta ao Algarve ficará fechada, na quinta etapa, uma ligação de 170,1 quilómetros, entre Albufeira e o alto do Malhão, no concelho de Loulé, onde a meta coincide com um prémio de montanha de segunda categoria.
A última tirada tem um acumulado de subida de 3.280 metros e um final com uma sucessão de subidas exigentes, antes da escalada do Malhão (2,6 quilómetros com inclinação média de 9,2%): nos derradeiros 43 quilómetros, os corredores vão escalar Vermelhos (3,2 quilómetros a 5,9%), Ameixeiras (um quilómetro a 14%, a 32,2 km da meta) e Alte (2,1 quilómetros a 5%), antes do ponto mais alto de Loulé coroar o sucessor do prodígio belga.