A vacina parece ser a palavra mágica para nos fazer dobrar o cabo das tormentas da pandemia. Graças à vacinação, vivemos com mais saúde, poupam-se vidas. Contudo, surgiu uma corrente que nega a importância das vacinas. É verdade que a educação para a Saúde aposta declaradamente no Programa Nacional da Vacinação, mas conviria uma maior mobilização que congregasse todos os profissionais de saúde, os centros de saúde, os estabelecimentos escolares, as autarquias, as misericórdias, as associações que de qualquer modo estão ligadas aos cuidados de saúde (doentes, promotores e consumidores), para se desenvolver um esforço de sensibilização sobre o que é a vacinação e como ela se tornou numa ferramenta indispensável do desenvolvimento humano.
Quer por sessões públicas, quer por reuniões de pais e encarregados de educação, quer no atendimento às futuras mães, quer no próprio ambiente escolar, o mundo das vacinas deveria ter alta prioridade, explicar o que é a vacinação, que elementos se encontram nas vacinas, as vantagens que elas trazem para proteger as pessoas e para derrotar as doenças (recordar que ainda hoje se morre de sarampo), que os planos de vacinas protegem as crianças desde a mais tenra idade contra a poliomielite, a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a hepatite B, o sarampo, a rubéola, a papeira, e muito mais. Lembrar a quem nos escuta que foi graças a este plano de vacinação que estamos mais protegidos contra as doenças infeciosas graves, desde a infância até à idade sénior. E que há idades precisas para receber estas doses sucessivas de vacinas (veja-se o Programa Nacional de Vacinação).
Essas ações de sensibilização, para públicos de todas as idades devem também servir para desfazer mitos e fantasmagorias. Por exemplo dizer que é uma brutalidade encher o corpo de um bebé com tantas vacinas ao mesmo tempo, quando hoje se sabe, sem equívocos, que administrar muitas vacinas ao mesmo tempo não tem qualquer tipo de perigo para o sistema imunitário do bebé, que este sistema pode afrontar milhões de micróbios que estão no ambiente e que não é enfraquecido pelas vacinas. Lendo com atenção a documentação da Direção-Geral de Saúde, vê-se como a criança é particularmente vulnerável durante o seu primeiro ano de vida e daí a vacinação a partir das oito semanas lhe dar uma proteção efetiva. E falar verdade aos pais e às crianças: pode haver alguns efeitos indesejáveis, desde um pouco de febre até um inchaço, nada tem gravidade, há mesmo quem pretenda que a vacina contra o sarampo, a rubéola e a papeira podem provocar autismo ou que a vacina contra a hepatite B seria responsável por esclerose em placas, não passa de boataria, todos os estudos científicos e os dados da Organização Mundial de Saúde demonstram que não há qualquer prova da existência de um nexo de causa entre a vacinação e as propaladas doenças que os obscurantistas temem. É evidente que há situações em que a vacinação pode ser desaconselhada. Há pessoas que não podem ser vacinadas devido ao seu estado de saúde, será o caso de uma doença grave ou do enfraquecimento das defesas imunitárias.
E não menos importante nas ações de sensibilização onde gostaríamos de ver associados profissionais de saúde, as unidades descentralizadas de saúde, as escolas, as associações de pais e outras que tratam da cidadania na saúde, devia-se falar destas doenças que tanto sofrimento causam ao longo da vida e que podem ser evitadas pelas vacinas.
Pense-se igualmente as vidas que se poupam com a vacina contra a gripe, designadamente neste tremendo período de pandemia: quem vai para o mar da tormenta das ondas de gripe e pandemia deve acautelar-se com a vacina na hora própria.