A UE vai manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar as sanções à Rússia, anunciou hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, no final de uma reunião de emergência em Nova Iorque.
O Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, reunido de emergência em Nova Iorque, “decidiu manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar as sanções económicas, setoriais e individuais à Rússia”, disse Borrell aos jornalistas no final do encontro.
“Foi uma decisão tomada rapidamente nesta reunião de emergência do conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros e que demonstra a determinação da União Europeia [UE] em continuar a ajudar a Ucrânia a enfrentar a agressão russa”, salientou.
Borrell remeteu para mais tarde as medidas detalhadas, referindo que só poderão ser definidas numa reunião formal, e manifestou-se certo de que será alcançado “um acordo unânime para as novas sanções”.
“As referências a armas nucleares não abalam a nossa determinação, resolução e unidade em ficar ao lado da Ucrânia e o nosso apoio alargado à capacidade da Ucrânia de defender a integridade territorial e soberania, demore o que demorar. Mais ainda, a UE reafirma o compromisso de maior apoio à resiliência dos parceiros orientais e Balcãs ocidentais”, de acordo com uma declaração divulgada no final do encontro dos responsáveis da UE.
“A UE mantém-se inabalável no apoio à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia e exige que a Rússia retire imediata, completa e incondicionalmente todas as tropas e equipamento militar de todo o território da Ucrânia, nas fronteiras reconhecidas internacionalmente”, pode ler-se no documento.
Na quarta-feira, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a mobilização de reservistas, referendos para a anexação de territórios ucranianos e prometeu recorrer a “todos os meios ao seu dispor”, numa alusão ao armamento nuclear, acrescentando: “isto não é bluff”.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.