Estamos a perder todas as imunidades. À força de tanta imposição asséptica, a humanidade é bem capaz de colapsar numa grande explosão de seres incapazes de lidar com os mais básicos germes.
Estamos a perder a fibra, a garra, a tenacidade e a resiliência. À força de tanto xanax e valium, de tanto acompanhamento psicológico, auscultação sentimental e supressão dos naturais partos emocionais, vamos sucumbir no histerismo colectivo de seres individuais que não sabem enfrentar uma dificuldade nem superar um desgosto.
Estamos a perder valores, padrões, virtudes. À força da proliferação de escroques, corruptos e ladrões, e de tanto se praticar a impunidade virando a cara para o lado, estamos a permitir que a vilania se torne regra e o bom carácter excepção, correndo o risco (caramba, como estamos perto) de perder sociedades minimamente justas para descalabros sem recuperação possível.
Estamos a perder o rumo, o norte, a fé e a capacidade de pensar por nós mesmos.
À força de um crescente vazio de referências feitas de valorosos Homens, entrámos num torpor indeciso, amorfo, apagado de causas e incapaz de seguir outro caminho que não seja o da carneirada…
Vá lá!
Somos melhores que tudo isto!
Fomos feitos para resistir a germes, para sobreviver a desgostos e conseguir ganhar defesas enquanto fortalecemos o carácter!
Somos melhores, muito melhores, do que aquilo em que corremos o sério risco de nos virmos a tornar!
Porque em todos nós existem as noções de valor, as sementes da bondade, os rasgos da coragem e os lampejos da justiça.
Por isso pensemos por nós, caramba! Ganhemos juízo, carácter, coragem, e se não conseguirmos construir-nos como bons exemplos a seguir, pelo menos que não nos tornemos seguidoras sombras de tantos paupérrimos exemplares que de bons exemplos nada têm!