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Sociedade

Sol em dezembro e seca em janeiro, a anomalia que se torna norma

Além da seca meteorológica por falta de chuva, o presidente da Zero nota que o armazenamento de água nas bacias hidrográficas é “verdadeiramente dramática” no Barlavento algarvio, rios Mira, Sado e também a norte, nos rios Cávado, Douro, Ave e Lima, com níveis a rondar os 20 por cento quando “a média é 60%”.

18:14 20 Janeiro, 2022 18:14 20 Janeiro, 2022 | POSTAL

Seca e falta de chuva no inverno está a deixar de ser uma anomalia para se tornar a norma, nota a associação ambientalista Zero, que reclama uma gestão da água além de “reagir em cima do momento”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, notou que a situação de seca que afeta quase todo o território apesar de ser inverno, está a deixar de ser uma anomalia porque se torna cada vez mais frequente e deve ser lida no contexto das alterações climáticas.

“Olhando para os últimos dezembros, nota-se claramente que o clima está a mudar, deixámos de ter dezembros chuvosos, com valores de precipitação abaixo do valor médio para os anos entre 1971 e 2000, e é um sinal que já deve começar a ser lido no contexto das alterações climáticas”, referiu.

Além da seca meteorológica por falta de chuva, o ambientalista nota que o armazenamento de água nas bacias hidrográficas é “verdadeiramente dramática” no Barlavento algarvio, rios Mira, Sado e também a norte, nos rios Cávado, Douro, Ave e Lima, com níveis a rondar os 20 por cento quando “a média é 60%”.

As exceções serão rios como o Guadiana, Arade ou Mondego: “em tudo o resto estamos abaixo, perigosamente, no caso do Barlavento”.

As duas situações – seca e problemas de armazenamento – não estão necessariamente ligadas, mas no caso, juntam-se com o que a Zero critica na política agrícola: a expansão de regadio, com culturas intensivas que precisam de muito mais água do que as espécies autóctones.

“As espécies autóctones estão preparadas para lidar com estas circunstâncias, o problema é quando temos culturas agrícolas que se tornam dependentes da água. Os ecossistemas do Algarve e do Alentejo são resilientes, o pior são culturas como os mirtilos, os abacates, o olival intensivo. Como é que continuamos a fazer investimentos brutais para expandir o regadio?”, questiona.

Para Francisco Ferreira, o investimento no regadio “mostra uma esquizofrenia grande em relação a lidar com secas que se sabe que vão ser mais prolongadas”.

“A agricultura é a principal consumidora de água, gasta 70% da água disponível, e mesmo com medidas de eficiência nos regadios, apostar neles num contexto em que Portugal vai ter consequências grandes das alterações climáticas não tem sentido, para nós. E a ideia de que mais barragens podem garantir este investimento no regadio é completamente contraditória com a necessidade de proteção dos rios e estuários”, argumenta.

As culturas que dependem da barragem de Alqueva “ainda se salvam, mas para quem esteja dependente de outras barragens, como no rio Mira ou Monte da Rocha [Ourique], a situação é muito complicada”, acrescenta.

Francisco Ferreira critica que “o programa nacional para uso eficiente da água nunca tenha sido levado a sério por este Governo e pelo anterior”.

“Infelizmente, continuamos a reagir em cima do momento, só quando estamos em seca é que começam as campanhas públicas e nos questionamos sobre o que está ou poderá acontecer. Ter um programa destes significa ações, investimentos, monitorizações mas na prática não esteve a funcionar” nos anos de vigência, entre 2012 e 2020, nota.

O presidente da Zero assinala que “tem que haver estratégias de adaptação” às alterações climáticas porque é notório que o território está “a sofrer consequências” e “tem que se ir mais longe” quer na estratégia nacional de adaptação quer em futuros planos de bacia hidrográfica para lidar com a seca.

Mais de metade do território de Portugal continental (57,7%) estava no final de dezembro em situação de seca fraca, tendo-se registado uma ligeira diminuição na classe de seca severa e aumento na seca moderada, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o índice meteorológico de seca (PDSI) do IPMA, no final de dezembro mais de metade do território (57,7%) estava em situação de seca fraca, 27,3% em seca moderada, 8,7% em seca severa e 6,3% normal.

O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

Os dados indicam também que Portugal continental mantinha-se no final de dezembro em situação de seca meteorológica em quase todo o território.

A seca meteorológica está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.

O Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) divulgou dados no início do mês dados que indicam que as bacias do Barlavento (com 14,3%) e do Lima (com 22,2%) são as que apresentavam no final de dezembro a menor quantidade de água armazenada.

Com menor disponibilidade de água estavam também no final de dezembro as bacias do Sado (41,6%), Mira (41,9%), Cávado (47,3%), Ave (52,8%), Arade (54,4%) e Tejo (56,6%).

Já as bacias do Douro (57,1%), Oeste (62,9), Mondego (66,5%) e Guadiana (76,1%) tinham os níveis mais altos de armazenamento no final de dezembro.

Treze das 60 albufeiras monitorizadas tinham, no final de dezembro, disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total, enquanto sete apresentavam valores superiores a 80%.

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