O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) refere que o sismo aconteceu às 05:11 desta segunda-feira e teve uma magnitude de 5.3 na escala de Richter, embora outras entidades, como o Centro de Sismologia Euro-mediterranico, tenham incialmente apontado para 5,9 e o Serviço Geológico dos Estados Unidos da América estimou o impacto em 5,4.
O sismo teve epicentro no Atlântico, a 76 quilómetros a sudoeste de Setúbal e a 58 quilómetros a sudoeste de Sesimbra.
O abalo foi sentido com alguma intensidade um pouco por toda a zona de Lisboa, incluindo a capital, mas também o concelho de Oeiras, Loures ou Almada. Há relatos que também afetou o sul de Portugal, além de Marrocos e Espanha.
Os leitores do POSTAL testemunham ter sentido um pouco por toda a costa algarvia, segundo as dezenas de felatos deixados na nossa página de Facebook.
Há relatos do impacto do sismo noutros pontos a norte do país, como Gaia e Viseu.
Não há vítimas, diz Proteção Civil
A Proteção Civil não tem registo de vítimas nem danos de maior, uma hora depois do sismo moderado, de 5,3 na escala de Richter, registado esta madrugada ao largo de Sines.
A Proteção civil recebeu, contudo, um elevado número de chamadas telefónicas, da zona do Alentejo até Coimbra.
“Recebemos muitas chamadas sobretudo de pessoas que queriam saber o que se passava e o que deviam fazer. A esta hora [06:00] ainda não conseguimos contabilizar o número de chamadas recebidas”, disse o comandante José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
De acordo com José Miranda, não há registo de vítimas, nem danos de maior a esta hora.
“Temos só informação a esta hora de uma situação numa rua de Sesimbra em que vão ser avaliadas possíveis fissuras em edifícios”, disse.
Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excecional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).
Quanto aos danos esperados, e não havendo, para já, quaisquer relatos, o mapa do IPMA indica que serão “muito ligeiros”, mesmo na zona de maior impacto.
Segundo o Expresso o site do IPMA ficou, entretanto, indisponível durante algum tempo e retomou a funcionalidade por volta das 06:10 desta segunda-feira. O sismo não interrompeu a circulação no aeroporto de Lisboa, onde os aviões continuam a aterrar e a descolar.
Governo garante que está a acompanhar a situação
Ainda segundo o Expresso, o ministro “Paulo Rangel, na condição de primeiro-ministro em funções, vai às instalações da Autoridade Nacional de Proteção Civil pelas 09:00”.
“Na sequência do sismo ocorrido esta madrugada, que, segundo o IPMA, teve a dimensão 5.3 na escala de Richter, com epicentro ao largo da costa de Portugal continental a cerca de 60km de Sines, o Governo tem estado em coordenação estreita com todos os serviços relevantes na matéria. Não há registo de danos pessoais ou materiais até ao momento”, diz o Governo em comunicado enviado durante a madrugada.
“Apelamos à população para que mantenha a serenidade e siga as recomendações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (https://prociv.gov.pt/pt/home/). A informação será atualizada do longo da manhã, designadamente pelo IPMA e pela Proteção Civil”, lê-se no mesmo comunicado.
Pelas 07:00, foi a Presidência a anunciar também o acompanhamento da situação. “Na sequência do sismo desta noite a sul de Lisboa, o Presidente da República tem estado em contacto com o Governo e está a acompanhar a situação desde o início, não havendo indicação de feridos ou estragos materiais. O Presidente da República reunirá pelas 10:00, em Belém, com o Primeiro-Ministro em exercício, o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel, logo após a reunião deste com a Proteção Civil. O Presidente da República secunda o teor do comunicado que acaba de ser emitido pelo Governo”, lê-se na nota de Belém.
- O que fazer em caso de sismo
Tendo em conta que poderá haver réplicas, vale a pena lembrar algumas medidas simples para lidar com um possível sismo, sugestões da iniciativa “A Terra Treme”, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
- Sinalize os locais mais perigosos e mais seguros do edifício onde estiver. Afaste-se de janelas, móveis, espelhos, candeeiros e objetos que se possam soltar.
- Se estiver a ocorrer um abalo, siga as regras-base: “baixar, proteger, aguardar”.
- Os locais mais seguros em caso de novo abalo ficam no interior das ombreiras de portas ou cantos de paredes-mestras. Na dúvida, e em caso de precisar de encontrar um lugar seguro rapidamente, poderá optar por se colocar debaixo de uma cama ou de uma mesa.
- Desligue o gás, caso o tenha canalizado, água e eletricidade também, caso o abalo seja realmente significativo.
- Antes que alguma réplica ocorra, retire objetos que podem cair e causar danos, coloque objetos pesados o mais perto do chão possível. Se tiver algum extintor perto de ti, localize-o.
- Se for seguro, saia para a rua e afaste-se de estruturas que possam cair.
- Se tiver de sair de casa, não utilize elevadores.
- Não utilize o telefone a menos que seja um caso de emergência. Assim, deixamos desimpedidas as linhas para casos de maior urgência.
Todas as indicações estão pesquisáveis no website da iniciativa “A Terra Treme”, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que poderá consultar na totalidade aqui.
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