Médico;
Doutor em Medicina pela Universidade de Lausanne;
Chefe de Serviço de Ortopedia dos Hospitais Civis de Lisboa
Acabo de ler o manifesto “Sim à nova ponte sobre o Rio Gilão – Sim ao abraço fraterno entre os tavirenses de ambas as margens” publicado no Postal do Algarve, em 17 de dezembro passado. Fiquei surpreso com o modo pouco informado e menos feliz (quando não deselegante), como este manifesto reage a críticas feitas sobretudo quanto às características dessa ponte.
Subscrevo a ideia de aproximação de ambas as margens pelos cidadãos e por todos quantos usufruem de Tavira.
O que me parece e a muitos outros, tavirenses ou que sentem a cidade como sua por a habitarem e conhecerem, é que faz sentido substituir a ponte militar mas por uma ponte pedonal e para velocípedes. Este tipo de ponte, que poderia prever a possibilidade de passagem de veículos de emergência, evita o afluxo de veículos motorizados em torno do jardim central de Tavira e o ruído e a poluição dele decorrentes. Ao mesmo tempo, facilita a circulação das pessoas, incluindo as de mobilidade reduzida, e contribui para o comércio local.
Dignifica-se Tavira respeitando a escala da cidade, bem diferente da de Veneza e de Paris e respeitando a individualidade que a distingue de muitos outros espaços no Algarve, no país e no exterior. Dignifica-se Tavira também escutando sem preconceitos os fundamentos de opiniões diferentes, incluindo de profissionais reconhecidos, e tendo coragem para alterar decisões inadequadas. Os tavirenses mais jovens não nos perdoariam este erro.
Henrique Delgado Martins
(nascido em Tavira, a 16 de Janeiro de 1934)
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