O IRS do próximo ano pode parecer distante, mas a maioria dos contribuintes em Portugal só pensa em poupar no IRS quando chega a hora de preencher e entregar a declaração de rendimentos. É nessa altura que percebem que não fizeram descontos suficientes para abater à coleta. No entanto, a melhor estratégia é começar a tomar medidas desde já para tentar maximizar o reembolso do Fisco ou reduzir o montante a pagar.
Vamos destacar algumas dicas, partilhadas pelo Dinheiro Vivo, para o ajudar a poupar no IRS.
Organize as suas faturas
Um passo importante é começar a organizar todas as suas faturas. Certifique-se de que as faturas com NIF estão a ser corretamente registadas no Portal das Finanças e valide aquelas que ficam em suspenso. Isso pode evitar problemas futuros na dedução das despesas.
Controle as deduções já contabilizadas
É igualmente importante controlar os valores das deduções já contabilizadas pelo fisco. Isso dará uma ideia se os limites permitidos estão próximos de serem esgotados ou se vale a pena reforçar o pedido de faturas até ao final do ano, pois faltam menos de dois meses para o término do ano fiscal.
Deduções em várias categorias
O sistema de deduções em vigor oferece a possibilidade de reduzir o imposto a pagar entre mil e 2500 euros, dependendo do escalão de IRS em que se encontra. As categorias de deduções incluem:
- Despesas gerais e familiares: Pode deduzir até 35% dessas despesas, como água, luz, gás, telecomunicações e supermercado, com um limite de 250 euros por sujeito passivo. Em famílias monoparentais, a dedução sobe para 45%, com um limite de 335 euros.
- Despesas de saúde: Pode deduzir até 15% das despesas com saúde, com um limite de 1000 euros. Isso inclui consultas, tratamentos médicos, medicamentos, próteses, óculos e seguros de saúde.
- Despesas de educação: As despesas de educação são dedutíveis em 30%, com um limite de 800 euros. Isso engloba mensalidades escolares, livros, propinas, e outros custos relacionados com a educação dos seus filhos.
- Despesas com imóveis: Pode deduzir 15% das despesas com rendas, até um limite de 502 euros, bem como juros de empréstimos à habitação para contratos celebrados até 31 de dezembro de 2011, com um limite de 296 euros.
- Pensões de alimentos: Pode deduzir até 20% das pensões de alimentos pagas.
- IVA exigido por fatura: Pode deduzir uma percentagem do IVA suportado em várias despesas, como reparação de automóveis, alojamento e restauração, cabeleireiros, atividades veterinárias e passes mensais de transportes públicos. O limite máximo dedutível em IRS é de 250 euros.
- Lares: Despesas com apoio domiciliário, lares e residências autónomas para pessoas com deficiência e outros familiares podem ser dedutíveis em 25%, com um limite máximo de 403,75 euros.
Novas deduções
Houve também algumas mudanças nas deduções em 2023, como:
- Deduções para famílias com dois ou mais filhos: A dedução à coleta passou de 726 euros para 900 euros por filho até aos três anos. No entanto, esta medida apenas se aplica a famílias com dois ou mais filhos e começa a partir do segundo filho.
- Isenção de IRS para rendimentos mínimos: Contribuintes com rendimentos anuais líquidos inferiores a 10.089 euros estão isentos de IRS. Esta isenção aplica-se a quem ganha abaixo do mínimo de existência.
- IRS jovem: Um benefício fiscal foi criado para jovens qualificados entre os 18 e os 26 anos que não são dependentes e estão a começar a sua vida profissional. O “IRS Jovem” oferece isenção parcial do IRS sobre os salários dos jovens durante os cinco primeiros anos.
Lembre-se de que, devido aos limites, não poderá deduzir todas as despesas efetuadas em 2022. Deve categorizar os tipos de gastos realizados durante o ano e associá-los ao respetivo campo de dedução.
Deduzir as despesas certas pode levar a um reembolso mais substancial ou a um montante a pagar menor. O planeamento antecipado e a organização das suas finanças pessoais são a chave para maximizar os benefícios fiscais disponíveis no IRS.
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