O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) abriu um inquérito interno para avaliar se as perguntas feitas aos ucranianos recebidos em Setúbal estão fora dos procedimentos comuns. Há denúncias de documentos fotocopiados e de perguntas sobre a localização de familiares que ficaram na Ucrânia.
O SEF suspendeu ainda as ligações à Edintsvo, a associação liderada pelo russo pró-Putin Igor Kashin.
À SIC, o SEF confirma que recorreu uma vez aos serviços da associação para trabalhos de tradução.
Pelo menos 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos por Igor Khashin, que é também antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense, avançou esta sexta-feira o semanário Expresso.
De acordo com o Expresso, Igor Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.
Igor Khashin é um dirigente associativo com dupla nacionalidade, que se apresenta como “gestor de projetos”, e que as associações a que terá estado ligado estavam nos sites da Ruskyi Mir e da Rossotrudnichestvo, instituições estatais criadas pelo Kremlin.
Os partidos querem que o autarca da cidade, André Martins, do PCP, vá ao Parlamento esclarecer a polémoa. Os comunistas acreditam que a polémica serve para manchar o partido.
A Câmara Municipal de Setúbal garante que apresentou as suspeitas sobre Igor Kashin e a Associação de Imigrantes dos Países de Leste ao primeiro-ministro. Numa nota, António Costa nega que o autarca tenha pedido essas informações.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL